Durante o feriadão da Independência, entre 5 e 7 de setembro, praias e bares lotaram. Muitos frequentadores não usavam máscara, e o distanciamento social também não foi cumprido em todos os locais.
Em coletiva de imprensa remota nesta terça-feira (8), os secretários de Saúde de Pernambuco e do Recife, André Longo e Jailson Correia, respectivamente, comentaram os incidentes ocorridos. De acordo com os médicos infectologistas, a situação de redução de casos em Pernambuco foi posta em risco por causa do desrespeito às normas de higiene e segurança.
"Preciso lamentar o registro de aglomerações e extrema falta de cuidado de parte da população nas praias e outros ambientes durante o final de semana prolongado de feriado. São atitudes egoístas, equivocadas e que nos causam grande preocupação, até indignação. Isso porque colocam em risco tudo o que conquistamos até agora e os avanços que estamos tendo no nosso Plano de Convivência", comentou o secretário estadual, André Longo. De acordo com ele, muitas vidas podem ser comprometidas devido ao desrespeito às normas.
Como a Covid-19 tem de 1 a 14 dias como período de incubação (tempo entre a exposição ao vírus até a manifestação da doença), o impacto da exposição ocorrida no feriado ainda não foi sentido. "Os dados epidemiológicos dessa e da próxima semana nos darão a real dimensão do impacto dessas aglomerações e serão essenciais para as decisões que teremos que tomar e também na reavaliação das aberturas de serviços no Estado. De fato, todo mundo gostaria de voltar a uma vida normal, mas nao existe vida normal quando se convive com um virus que mata", esclareceu Longo.
“Obviamente, se houver uma piora nos números de casos graves e mortes, é natural que as primeiras atitudes a serem tomadas sejam no sentido de restringir as atividades de lazer. E a gente não quer fazer isso”, ponderou André. Os dados epidemiológicos desta e das próximas semanas darão uma dimensão do impacto causado pelas aglomerações. “E serão essenciais para decisões que termos que tomar sobre a abertura de serviços no estado. Todo mundo gostaria de voltar a uma vida normal, mas não existe vida normal quando se convive com um vírus que mata”, acrescentou.
O secretário também advertiu que não basta o poder público fazer sua parte. “Não é correto, nesse processo, colocar toda a responsabilidade nas prefeituras. A gente precisa reconhecer que o comportamento da população é decisivo para isso. Ninguém é onipresente e nem vai ter um fiscal para cada banhista. É preciso dosar esse sentimento hedonista, de busca do prazer, com o sentimento de responsabilidade social”, apontou.
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