Privatizar a Caixa é uma tragédia para a economia e a população, diz representação de servidores da CEF

09 de Sep / 2020 às 07h30 | Política

No dia 7 de agosto, Bolsonaro assinou a MP 995 que permite a venda de subsidiárias da Caixa Econômica Federal (CEF). Questionada pelo TCU, a MP já recebeu mais de 400 emendas e tem como objetivo o fatiamento do banco público que mais oferta crédito à população.

Em tese tal projeto deveria passar pelo crivo legislativo, mas, em mais uma interpretação das leis a favor do interesse capitalista, o STF liberou essa mal disfarçada modalidade de privatização. 

Em entrevista ao Correio da Cidadania, Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da CEF, disse que falta os governo o interesse de dialogar com os movimentos sindicais “Vemos que é um comportamento recorrente do atual governo não querer dialogar com o movimento sindical, com os movimentos sociais e a sociedade. Ele quer agradar aos grandes investidores privados. Para isso, ele lança mão de MPs e deixa clara a intenção em atuar à revelia dos outros poderes para prevalecer sua agenda privatista”.

Takemoto destaca o papel central do banco como realizador de políticas econômicas que permitam o mínimo de justiça e inclusão social, a exemplo do que acontece no âmbito da moradia, além de garantir níveis mínimos de controle nos preços e taxas do sistema bancário. “Manter a Caixa pública é fundamental para o Brasil. Em momento de crise, como o que vivemos agora, mais uma vez o governo recorre à Caixa para manter a estabilidade econômica, ofertando créditos às empresas e dando suporte à população. É com os bancos públicos como a Caixa que o governo consegue assegurar um nível de concorrência adequado de oferta e preço no mercado brasileiros”, disse.

Em meio a uma pandemia e um visível processo de empobrecimento e desemprego, abdicar de um banco do tamanho da Caixa seria, segundo Sergio Takemoto, ainda mais catastrófico do que em condições normais.

“Privatizar a Caixa ou abrir o capital das suas subsidiárias, seja como for que o governo queira chamar, é perder investimentos importantes do Brasil como esses. O sistema financeiro privado, o mercado, não quer investir no social e esse é o papel desempenhado pela Caixa e seus trabalhadores com competência por 159 anos”.

Com informações do Correio da Cidadania

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