A associação do setor de supermercados divulgou uma carta em que chama a atenção para o aumento de preços de itens da cesta básica. A lista de compras voltou a ser a melhor amiga da dona de casa atenta. A Carolina anda cozinhando mais nesses tempos de pandemia.
“O pacote de arroz de cinco quilos para mim durava para seis meses, agora dá para um mês, um mês e meio”, conta Carolina Moita, aposentada.
E se assusta toda vez que vai ao supermercado. “O óleo, eu fiquei abismada, aumentou muito, a carne aumentou. Teve um aumento muito grande, sim”, diz a aposentada.
É a lei básica da economia que determina os preços nas gôndolas: oferta e demanda. E, desde que a pandemia chegou ao Brasil, a demanda, que é a procura por alimentos, cresceu, porque tem mais gente dentro de casa que passou a cozinhar e fazer refeições caseiras.
Quando a gente olha item a item, apenas a alimentação em casa subiu bem acima no mesmo período: mais de 11%, de acordo com um levantamento feito pela Fecomércio São Paulo.
“Isso mostra que as famílias estão tendo dificuldade no equilíbrio do orçamento doméstico, principalmente aquelas famílias com renda mais baixa. Então elas estão tirando de algum outro lugar, seja de habitação, seja de saúde para poder ter a manutenção nos gastos de alimentos e bebidas”, diz Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomércio.
O músculo, que é uma opção para economizar, ficou quase 28% mais caro em 12 meses. A laranja-pera e o leite longa vida também subiram. E até a dupla feijão e arroz não escapou. O arroz, 22% a mais, e o feijão carioca disparou 46%.
“O dólar acima de R$ 5 favorece quem exporta esses alimentos, então o consumidor, na verdade, está competindo pela soja, pelo milho, pela carne, pelo frango, com o consumidor chinês, e em desvantagem, porque ele está pagando mais caro em reais por conta um pouco dessa cotação do câmbio”, avalia Guilherme Moreira.
A Associação Brasileira de Supermercados vê o aumento de preços de itens essenciais da cesta básica com preocupação. Diz que reconhece a importância do setor agrícola e suas exportações na economia brasileira, mas alerta para o desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno para evitar problemas de abastecimento, especialmente na pandemia.
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