Fiocruz inaugura centro de testagem para Covid-19 no Ceará com capacidade para 10 mil testes diários

25 de Aug / 2020 às 06h30 | Coronavírus

Com capacidade para liberar até 10 mil resultados de testes RT-PCR por dia, a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 no Ceará foi inaugurada nesta segunda-feira (24) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O equipamento foi instalado no Distrito de Inovação do Eusébio, na Grande Fortaleza.

Este é o tipo de teste considerado “padrão ouro” para o diagnóstico da Covid-19, porque permite identificar se o vírus ainda está ativo no organismo. No entanto, conforme levantamento exclusivo do G1 realizado junto às secretarias estaduais de Saúde, o teste RT-PCR corresponde a apenas 38% dos 11 milhões de exames feitos no Brasil.

O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, participou da cerimônia e explicou que a unidade deve ampliar a capacidade nacional de processamento de testes moleculares para detecção da Covid-19.

“A testagem ampara um diagnóstico quando necessário, mas ela é muito mais importante para a avaliação de estratégias de governo. Por isso, os números precisam ser altíssimos, e essa capacidade de processamento, desde captar o material até ter o resultado na ponta da linha, vem sendo construída a muitas mãos, públicas e privadas”, destacou Pazuello.

O Ceará foi o quarto estado a receber infraestrutura tecnológica do tipo, após Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. Juntas, as quatro unidades poderão processar até 1 milhão de testes por mês, segundo estimativa da Fundação. As amostras serão encaminhadas pelo Ministério da Saúde e, segundo a Fiocruz, os resultados devem ser liberados em até 48 horas.

No Ceará, a proporção de testes RT-PCR em relação ao total é de 27%, de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

A Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 no Ceará foi implantada em pouco mais de dois meses. A operação será custeada pelo Ministério da Saúde. Em seu pleno funcionamento, ela terá cerca de 200 profissionais, entre biologistas e técnicos de laboratório, que se revezarão em três turnos de trabalho.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, destacou que, após a pandemia do coronavírus, a estrutura no Ceará vai permanecer como “legado" para o sistema de epidemiologia do SUS. “O Brasil precisará avançar, sem dúvida, no campo da vigilância e da preparação para emergências sanitárias”, indica.

Para o coordenador da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor, o equipamento “representa uma grande contribuição na luta contra a Covid-19”, sobretudo no Nordeste brasileiro.

G1 CE

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