A reabertura de bares e restaurantes marca mais um capítulo dos últimos cinco meses e a busca para aliviar a situação financeira de bares, restaurantes, cafés e lanchonetes em Petrolina a partir desta segunda-feira 24.
No mais recente levantamento realizado pela ANR (Associação Nacional dos Restaurantes), setor de alimentos, 22% dos donos de estabelecimentos afirmam que não conseguirão manter os seus negócios após a pandemia. Em dados absolutos, são 200 mil empresas do setor em todo o país que indicam dificuldades para sobreviver.
Trata-se de um aumento no pessimismo em relação a pesquisa anterior, realizada em junho, quando 15% avaliavam que não conseguiriam resistir aos efeitos econômicos da pandemia. A pesquisa foi realizada com empresas de todo o país de 27 de julho a 10 de agosto. Segundo o presidente da ANR, Cristiano Melles, as restrições no horário de funcionamento e as regras de distanciamento, que diminui o número de lugares disponíveis nos estabelecimentos, comprometem a receita e dificultam a recuperação financeira.
Na média, 86,5% dos respondentes afirmam não faturar nem a metade em relação a julho de 2019, apontou o levantamento. "A questão é que para faturar é preciso ter cliente nas casas", diz.
Para o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Percival Maricato, apesar de o governo ter se demonstrado mais receptivo e flexível em relação aos horários de funcionamento, ainda existem caminhos alternativos para tentar melhorar os números do setor.
"O aumento de duas horas diárias no horário de funcionamento [para oito horas diárias] faz diferença, mas ainda estamos pedindo a possibilidade de ter mesas na calçada e de aumentar a lotação para pelo menos 60%, talvez 70% da capacidade", afirma.
Maricato afirma, ainda, que outros pontos também acabam prejudicando o movimento do setor. "Uma coisa é retomar a atividade, outra coisa é o movimento, que continua bem difícil".
O levantamento da ANR traz que 79% dos entrevistados apontaram a falta de segurança dos consumidores para voltar a frequentar os estabelecimentos. O horário limitado (59%) e a falta de renda do consumidor (52%) também foram citados.
Ainda segundo a pesquisa, 64% dos bares, restaurantes, cafés e lanchonetes já demitiram. A associação estima que mais de um milhão de trabalhadores já perderam o emprego no segmento.
Petrolina e Juazeiro sentem o reflexo da crise. Em Petrolina tem alguns donos de bares fazendo rifas para "realizar o pagamento das contas de água, luz e aluguel".
No mês de julho, a reportagem da redeGN mostrou que alguns empresários já "arriaram a bandeira" e estão fechando definitivamente alguns empreendimentos, entre estes, bares e restaurantes. Nas imediações da Universidade do Estado da Bahia, campus 3, o tradicional Boteco Universitário fechou as portas definitivamente.
Em contato com a reportagem da redeGN, os empresários Jorge Henrique (Pai) e Jorge Henrique Junior, revelam que perderam cerca de 90% dos clientes. "Mantivemos as vendas delivery, através de marmitas para retiradas ou entregas, mas a quantidade de clientes não dava para cobrir os custos fixos, como água, luz, internet, imposto predial e insumos que aumentam os preços constantemente. Acrescente também despesas com combustível, gás de cozinha, aluguel", revela Jorge, ressaltando que lamentavelmente outras três pessoas foram prejudicas com demissão por fazerem parte da cadeia comercial.
“Diante da pandemia e da impossibilidade de continuarmos trabalhando, infelizmente encerramos nossas atividades definitivamente. Agradecemos imensamente à todos os amigos, colaboradores e clientes que estiveram com a gente ao longo desses anos. Foi suado construir esse espaço mas foi imensamente prazeroso ter todos vocês por perto.“
Praticamente um a cada dois proprietários de bares e restaurantes teme não conseguir manter o negócio quando a pandemia de Covid-19 passar.
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