O canto do aboio é também o trabalho do canto do vaqueiro. Por esta riqueza cultural foi criado no calendário oficial do Município de Petrolina o Festival de Aboio, Toadas e Versos do Vale do São Francisco. O Festival tem o objetivo de incentivar e despertar o interesse pela cultura do Sertão Nordestino, bem como destacar pessoas com potencial para a arte.
O Festival de Aboio, Toadas e Versos do Vale do São Francisco, agora estar inserido no calendário oficial de eventos do Município de Petrolina e terpa que ser realizado anualmente na segunda sexta-feira do mês de Junho.
A proposta foi apresentada pelo vereador Elismar Gonçalves Alves e aprovada por unanimidade. O vereador justificou que além de promover novos talentos na região o Festival visa enaltecer a cultura do vaqueiro nordestino - referência na cultura nacional, importante ator da nossa história, tipo emblemático, símbolo do homem forte e indomável que habita nos sertões brasileiro.
"Enquanto conduz o gado ou guia a boiada para a pastagem, o vaqueiro faz soar o aboio, toada dolente, de melodia lenta, entoada livremente, sem letras, frases ou versos, a não ser o incitamento final, que é falado e não cantado, adaptada ao andar vagaroso dos animais e à liberdade do estilo de vida dos vaqueiros", disse Elismar, ainda ressaltando que o aboio é típico no Nordeste do Brasil, é um canto sem palavras, entoado pelos vaqueiros quando conduzem o gado para os currais ou no trabalho de guiar a boiada para a pastagem.
A radialista Lucimar Freitas, conhecida por Lú Vaqueira festejou a aprovação do projeto. "Vai fortalecer os vaqueiros, os poetas e admiradores da arte que terão a cultura valorizada não só em Petrolina, mas que vai repercutir e ganhar outras vozes nos municipios vizinhos".
Segundo Luís da Câmara Cascudo, o vocábulo aboio é uma coisa séria, muito antiga e respeitada pelo homem do sertão. Pode aboiar-se no mato, para orientar os companheiros dispersos durante as pegas de gado, sentado na porteira do curral olhando o gado entrar e guiando a boiada nas estradas. Serve para o gado solto no campo, assim como para o gado curraleiro. O escritor José de Alencar, no seu livro O Sertanejo, diz do ritual do aboio: “ não se distinguem palavras na canção do boiadeiro; nem ele as articula, pois fala do seu gado, com essa linguagem do coração que enternece os animais e os cativa.
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