Leitora envia texto e fotografias, denunciando a poda inadequada de árvores na orla de Juazeiro.
Confira:
A aridez de uma vida cinzenta.
Viver uma vida preto e branco deve ser o caos. Deus nos deu a vida e nela - todas as cores, com imagens de tirar o fôlego. Criou todas as espécies de vida: vegetal, animal e humana. Dentre estas, a única capaz de destruir a sua própria casa, é o ser humano.
Este foi o cenário que encontrei ontem, dia dos pais, nas árvores que plantamos há 12 anos. As craibeiras que Seu Vadinho, meu pai, ajudou a plantar e preservar.
Lembro do dia em que os vândalos retiraram as grades de madeiras que protegiam as plantas e arremessaram cais abaixo. Vi lágrimas nos olhos dele naquele momento.
Alguns anos se passaram e o câncer levou o meu pai. Uma tristeza que até hoje me corrói.
Estas plantas regadas, quase que diariamente, ate atingir a idade adulta, brotaram as suas primeiras flores no ano passado. Eram poucas, mas trouxeram a primavera e ali estava meu pai também.
Este ano eu ja sonhava com a chegada da primavera com mais flores, pois estas significam, para mim, a sua presença. Mas um ARBORICIDA visitou o Recanto do Vadinho e resolveu podar drasticamente as árvores que já gestavam as suas flores para a primavera. Isto é incrível! Pra não dizer abominável, desagradavel, desinteressante, decepcionante. A aridez existente na vida desse tipo de gente, é irreversível.
Lembram da avenida Soares Lopes no centro de Ilhéus, que no mês passado cortaram as amendoeiras que abrigavam as maritacas? Muitos pássaros morreram procurando abrigos nos edifícios daquela avenida, batendo com suas cabeças nos vidros de proteção daqueles prédios. Centenas deles morreram. Uma tragédia ecológica inaceitável.
De toda a extensão da orla 1 e 2, apenas as árvores que nós plantamos foi alvo dessa gente inescrupulosa.
Pergunto: a Prefeitura Municipal de Juazeiro autorizou tal poda drástica ou foi de iniciativa própria?
Deus proteja o nosso planeta. Porque o verde existente na vida dessas pessoas, é o da bandeira do presidente genocida, que desconhece os primeiros povos, a Amazônia e tudo que represente a vida.
A natureza se regenera. Quanto a mim, "sou raio, relâmpago e trovão. Não aprendi a me render. Que caia o inimigo então". Renato Russo.
Suely Almeida - Funcionária Pública
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