O governo da Rússia anunciou que todos os voluntários que receberam a nova vacina experimental contra a covid-19 apresentaram indicações claras de imunidade contra a doença. O anúncio foi feito hoje (3) através do Ministério da Defesa do país e do Centro Nacional de Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia da Gamaleya, após exame de diagnóstico.
Os testes foram feitos há cerca de 40 dias. Segundo o governo, os resultados das análises demonstraram claramente a existência de uma resposta imune evidente obtida como resultado da vacinação. O governo russo disse ainda que “nenhum efeito secundário ou desvio no funcionamento do organismo dos voluntários foi detectado”, o que, consequentemente, comprovaria que a vacina russa estaria segura e com boa aceitação pelo organismo.
A Rússia, dessa forma, sai na frente. Neste final de semana, o ministro da Saúde Mikhail Murashko confirmou que a fase de testes clínicos da vacina foi concluída, e indicou que o país deve registrar a vacina nos próximos 10 dias. Ele prevê que a vacinação em massa da população russa deve começar em outubro. Os primeiros a serem vacinados serão membros de grupos especiais, como médicos e professores, segundo o governo.
Essa, sem dúvida, é uma boa notícia. Entretanto, a velocidade com que a Rússia está desenvolvendo os ensaios clínicos e a falta de transparência para divulgar os resultados geram questionamentos da comunidade internacional e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que perguntam se Moscou está colocando prestígio nacional antes da ciência e da segurança. Uma pergunta bastante pertinente, inclusive.
Enquanto isso, a expectativa pela resposta dos outros países que também estão fazendo a vacina, só aumenta.
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