Um plano mirabolante para a explosão de muralhas dos presídios onde estão confinados os chefes de facções criminosas que, recentemente, retornaram ao Ceará após uma temporada presos em penitenciárias federais, pode ter sido abortado graças a uma ação das polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar (PM) neste fim de semana.
O caso ocorreu na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde as forças de seguranças apreenderam 22 quilos de explosivos dentro de um ônibus que procedia de Goiás.
O plano foi desmantelado a partir do momento em que a Inteligência da Polícia Rodoviária Federal recebeu informação de que uma mulher, passageira de um ônibus da viação Guanabara, procedente de Goiânia (GO), estava vindo para Fortaleza com uma grande quantidade de explosivos em sua bagagem. Foi montada uma operação e, no bloqueio na BR-116, a PRF interceptou o ônibus e localizou os artefatos, na tarde de domingo (26).
De acordo com policiais do Esquadrão Antibombas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Comando de Policiamento Especializado de Choque (CPChoque) da PM, foram encontrados 22 quilos de emulsão explosiva, além de 40 metros de cordel detonante, cinco metros de estopim e mais 50 detonadores. A carga seria suficiente para causar um grande estrago nas muralhas dos presídios que fazem parte do Complexo Penitenciário da Grande Fortaleza, com unidades prisionais instaladas nos Municípios de Aquiraz, Itaitinga e Pacatuba.
A prisão da mulher que transportava ao carregamento explosivo pode ser a “peça-chave” para a Polícia Civil e a Inteligência da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) chegarem aos responsáveis pelo plano para a provável fuga dos 28 chefes das facções que voltaram para o Ceará após terem cumprido dois anos de Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) em presídios federais de segurança máxima em Mossoró (RN), Catanduvas (PR) e outros.
A acusasa agora está sob a tutela das autoridades. Ela confessou aos agentes da PRF ter saído do Ceará na última quinta-feira (23) e foi buscar a “encomenda” na cidade de Petrolina, no interior de Pernambuco (a 831Km de Recife), de onde voltava neste domingo até ser capturada pelos agentes da PRF no Posto de Fiscalização em Chorozinho (a 64Km de Fortaleza).
Interrogada ainda na estrada sobre a origem dos explosivos e para quem os entregaria em Fortaleza, a mulher preferiu se manter calada, pois sabe que se revelar o plano dos chefes de facções às autoridades pode ser morta.
Os policiais militares “explosivistas” do Bope recolheram o material e informaram que a carga não estava montada, o que afastava, a princípio, o perigo de uma detonação.
A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil; a Delegacia de Combate ao Crime Organizado da PF/Ceará e a Secretaria da Administração Penitenciária do Estado (SAP) agora trabalham juntas no caso.
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