Mais de 300 policiais civis tiveram diagnóstico positivo para a Covid-19 na Bahia, até esta segunda-feira (27). O sindicato da categoria afirma que não há protocolos de prevenção contra a doença nas delegacias baianas. Seis policiais já morreram por causa do coronavírus no estado.
“Nós temos um número crescente de policiais sendo positivados. Até o dia 21, nós estávamos com 386 [casos confirmados] e seis policiais mortos, e nada até o momento está sendo feito. A gente termina tendo policiais contaminados, familiares contaminados, e transformado as delegacias em focos de contaminação”, diz a vice-presidente do Sindpoc, Ana Carla Conceição.
O número exato de casos confirmados diverge entre sindicato e instituição: segundo a Polícia Civil, 334 tiveram teste positivo para Covid-19, uma diferença de 52 casos. No total, a Bahia tem 5.365 servidores do quadro efetivo da Polícia Civil, segundo a assessoria da instituição. Levando em consideração os números do sindicato da categoria, 7,1% dos policiais já foram contaminados.
A vice-presidente do Sindpoc informou que a categoria pede a implantação de medidas nas delegacias, para evitar que mais policiais sejam contaminados com a Covid-19.
“Estamos pedindo que, por favor, implante o protocolo de biossegurança nas unidades policiais. Nós não temos termômetros para aferir temperatura, nós não temos dispensa de álcool em gel, não temos os EPIs [equipamentos de proteção individual] necessários para que se entre em uma custódia, porque a gente tem que dar alimentação, a gente tem que dar uma assistência [aos detentos]. Sem EPIs, a gente termina se contaminando”, pontuou Ana Carla Conceição.
Polícia Civil disse, no entanto, que desde o início da pandemia já foram adquiridos mais de 360 mil itens de higiene, limpeza, além de EPIs, provenientes de recursos próprios e doações, distribuídos regularmente às unidades.
Algumas delegacias de Salvador já registram um percentual alto de agentes contaminados, como a 12ª e a 9ª, que ficam nos bairros de Itapuã e Boca do Rio, respectivamente. Na primeira, 15 policiais dos 30 que trabalham na unidade já testaram positivo para a doença, um total de 50%. Já na segunda, dos 33 agentes, 14 tiveram diagnóstico para o coronavírus, um total de 42,4%.
Um dos agentes infectados na capital baiana é o investigador Marcos Maurício, que fez um apelo às autoridades.
“O governador do estado e o secretário de Segurança Pública têm que tomar providência com relação a isso. Nas delegacias não foi implementado o protocolo de biossegurança. A sociedade está se contaminando e entrando na delegacia”, disse ele.
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