O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (16/07) por suspeita da prática de crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral.
O indiciamento ocorre no âmbito de investigação da Operação Lava Jato, iniciada pela PF a partir das delações premiadas de executivos do Grupo Odebrecht. Um diretor da empreiteira disse ter repassado mais de R$ 10 milhões, via caixa 2, para campanhas eleitorais de Alckmin em 2010 e 2014.
Além das delações, o indiciamento tem como base prova pericial nos sistemas de informática do Grupo Odebrecht, análise de extratos telefônicos, obtenção de conversas por aplicativo Skype e ligações telefônicas, análise de documentos indicando a prática de cartel no Metrô de São Paulo e no Rodoanel.
Agora, caberá ao Ministério Público de São Paulo decidir pela apresentação de denúncia contra o ex-governador. O MP ainda pode pedir novas diligências ou decidir pelo arquivamento do caso.
A investigação tramita na Justiça Eleitoral de São Paulo. Em 2018, quando renunciou ao governo de São Paulo para concorrer à presidência, Alckmin perdeu o direito ao foro privilegiado reservado aos chefes de executivos estaduais. Desde então, a investigação saiu do Superior Tribunal de Justiça.
Além de Alckmin, foram indiciados pelos mesmos crimes Marcos Antônio Monteiro, tesoureiro da campanha de Alckmin e também seu ex-secretário de Planejamento; e o advogado Sebastião Eduardo Alves de Castro.
Em nota, o PSDB se pronunciou sobre o caso. "Governador quatro vezes de São Paulo, quase cinco décadas de vida pública, médico, Geraldo Alckmin sempre levou uma vida modesta e de dedicação ao serviço público. É uma referência de correção e retidão na vida pública. Tem toda a confiança do PSDB", afirmou o partido, em nota assinada pelo presidente nacional, Bruno Araújo.
Já Alckmin, disse em entrevista à CNN Brasil que não foi ouvido durante as investigações.
"Quem está na vida publica tem por dever prestar contas cotidianamente", afirmou Alckmin. "As minhas campanhas tanto de 2010, de 2014 e agora, em 2018, foram rigorosamente dentro da lei."
Já os advogados do ex-governador afirmaram, em nota, que o indiciamento é precipitado.
"O ex-governador sequer foi chamado a prestar esclarecimentos que poderiam ter evitado o seu indevido e imerecido indiciamento. Por meio desta nota, além de expressar a sua indignação e reiterar o seu compromisso com os princípios de seriedade, transparência, probidade e modéstia pessoal com que sempre procurou atuar na vida pública, confirma a sua confiança na verdade, que haverá de prevalecer.", declarou a defesa.
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