Neste ano, véspera e dia de São João vão dar lugar à saudade. Devido à pandemia do coronavírus e também para evitar aglomerações, os festejos juninos não vão ser realizados pela primeira vez em em quase 40 anos. Sem a festa, a prefeitura estima um prejuízo de R$ 225 milhões.
O São João de Petrolina 2020 já tinha data oficial confirmada. A festividade aconteceria entre os dias 12 a 14 e 17 a 23 de junho no espaço onde funcionava o Centro de Abastecimento de Petrolina (Ceape), às margens da Avenida 7 de Setembro, conforme mostra foto.
'Isto representa um misto de melancolia com angústia, saudade e tristeza', diz o coordenador da Quadrilha Renascer do Sertão, Josemar Lima. "Este ano íamos completar 25 anos de apresentação junina. Além de deixar de movimentar toda uma cadeia produtiva vai ficar a imensa saudade".
O cancelamento da festa de São João patrocinada pelas prefeitura provoca um impacto nos setores econômicos, incluindo hotéis, transportes, comércio e os próprios artistas, que nesse período costumavam empregar de 30 a 40 pessoas",
Dias 23 e 24 de Junho em Petrolina as datas são consideradas um megaevento reconhecido como a mais expressiva realização festivo-cultural do ciclo junino do Nordeste do Brasil, em virtude de sua grande estrutura organizacional, movimentação financeira, envolvimento da sociedade local, interesse turístico, cobertura da mídia, quantidade de atrações artísticas e estéticas e enorme participação popular.
Ano passado o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, apresentou um balanço do Circuito Junino da cidade, que começou no mês de maio e terminou no dia (30) de junho, com a Missa do Vaqueiro. Durante coletiva de imprensa, foram apresentados números sobre economia, turismo e aprovação do São João da cidade. Segundo pesquisa da prefeitura, o São João de Petrolina, no Pátio de Eventos Ana das Carrancas, foi aprovado por 98% do público. Durante as nove noite de festa, com 42 apresentações de atrações locais e nacionais, o espaço recebeu cerca de 700 mil pessoas.
Em relação a economia, Miguel Coelho disse que cerca de R$ 228 milhões foram movimentados no município durante os dias de festa. Desta quantia, R$ 66 milhões circularam no pátio de ventos e R$ 162 milhões no comércio da cidade, entre lojas, hotéis, transporte.
O número de visitantes em Petrolina no período do junino, segundo os números da prefeitura, foi 20 % maior do que em relação ao mesmo período do ano 2017. A cidade recebeu visitantes de mais de 100 municípios do Brasil.
“O São João de Petrolina foi um sucesso. Mais de 98% aprovação, tanto dos petrolinenses quanto dos turistas que vieram. Superou nossa expectativa no ponto de vista econômico, movimentou mais de R$ 225 milhões durante todo o ciclo junino. Foram mais de 18 mil empregos diretos ou indiretos gerados”, afirmou na época Miguel Coelho.
Em contato com a reportagem da redeGn o sanfoneiro Manoel da Paixão falou que o sentimento para ele é de tristeza por não ter o São João nas ruas em 2020. "Eu cresci no meio dessa festa. Estamos passando por um momento difícil, nessa pandemia, mas vamos ter fé em Deus que tudo isso vai passar e no momento é ficar em nossas residências nos cuidando e torcendo para que tudo passe o mais rápido possível", disse.
O maestro Mozart Vieira aponta que não tem palavra para definir a falta dos festejos juninos. "O sentimento da não realização do São João para mim, particularmente, não tem palavra ou adjetivo que classifique. É um sentimento novo, eu não sei nem explicar. Eu vivencio o São João o ano todo, desde criança, não só na música, mas também na minha casa, na gastronomia e nos figurinos. O São João faz parte da natureza do homem nordestino e jamais imaginei que passaríamos por um momento desse e também que o São João não aconteceria. Isso ficará para história", lamentou.
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