É visível a presença das pessoas nas ruas e avenidas dos médios e grandes municípios. A quantidade de casos confirmados do novo coronavírus vem aumentando de forma mais rápida. Especialistas alertam que a flexibilização das medidas de restrição e o descumprimento das orientações de higiene impactam nos dados.
O Brasil ultrapassou as 40 mil mortes, segundo atualização do Ministério da Saúde são mais de trinta mil casos de covid-19. O país conta ainda com 416.314 pessoas em observação.
O epidemiologista Mauro Sanchez, da Sala de Situação da UnB, explica que a disseminação do coronavírus, é uma indicação de que o sistema de saúde pode começar a ter problemas na disposição de leitos para os pacientes. “Educar a população é fundamental. A gente está se arrastando na primeira onda da doença, e só se começa a perceber o pico quando os casos começarem a diminuir”, frisou.
Enquanto a velocidade dos diagnósticos da covid-19 cresce, o isolamento social cai.
A segunda fase da Pesquisa Nacional sobre a doença, Epicovida-19, aponta que o número de pessoas infectadas pelo coronavírus cresceu 53% em duas semanas. A segunda rodada do estudo foi a campo entre os dias 4 e 7 de junho.
Trata-se da variação do número de pessoas que tinham anticorpos para a doença, testadas na Epicovid-19, em 83 cidades para as quais é possível comparar os dados das duas etapas. Nesses municípios, a taxa de infecção passou de 1,7% da população para 2,6%. Na contagem oficial de casos, a evolução foi de 33,5%.
A relativamente baixa proporção de pessoas infectadas indica que a imunidade coletiva ("de rebanho") ainda está longe. A infecção pelo coronavírus praticamente terminaria quando cerca de 65% de uma população estivesse infectada (essas projeções variam e são objeto de controvérsia).
Considerada a taxa de infectados na pesquisa e a evolução recente da doença, levaria ainda de dois a três meses para que um estado como São Paulo chegasse perto da imunidade coletiva. No entanto a taxa de crescimento de novos casos cai, embora muito lentamente.
No conjunto do país, pelos dados oficiais, o número de casos tem crescido ao ritmo de cerca de 100% por quinzena. No estado de São Paulo, ao passo de 81%.
Nas 120 cidades em que os pesquisadores puderam fazer mais de 200 testes vivem cerca de 68,6 milhões de pessoas, das quais 2,8% tinham anticorpos, na estimativa da Epicovid-19. Logo, cerca de 1,9 milhão de pessoas tinham sido até então infectadas, tenham ou não apresentado sintomas da doença.
O estudo é um um teste de uma amostra da população. Os pesquisadores colheram exames gratuitos de 31.165 de 133 cidades de todos os estados do país. O trabalho é coordenado por Pedro Hallal, epidemiologista e reitor da Universidade Federal de Pelotas, em colaboração com pesquisadores de Universidade de São Paulo, a Universidade Federal de São Paulo, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a Fundação Getúlio Vargas e a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
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