Em meio a tantos desafios diários que a pandemia de Covid-19 traz, um fator chamou mais a atenção do médico Geraldo Reple Sobrinho, presidente do Cosems (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo): as pessoas redescobriram o SUS (Sistema Único de Saúde).
Atualmente, 75% dos brasileiros dependem da rede pública de saúde. "Isso é fantástico, porque o SUS sempre foi o patinho feio. Mesmo com todas as dificuldades, porque somos um país pobre e temos que entender isso, nós temos um sistema de saúde muito bom. É o SUS que dá vacina, os medicamentos, atende as pessoas e agora quem está segurando toda essa pandemia é o SUS", afirma Sobrinho, que também é membro do Centro de Contingência do Coronavírus, secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo e coordenador do Grupo Técnico de Saúde ABC.
"Não temos um sistema semelhante em nenhum lugar do mundo. Até o da Inglaterra, o NHS, no qual o SUS se baseou, não é tão abrangente quanto o nosso", completa. Para ele, o governador de São Paulo, João Doria, saiu na frente ao decretar a quarentena, mas agora é preciso ter cuidado e cautela para que não ocorra uma segunda onda de contágio.
"Se o pessoal achar que do dia para a noite abrirá o comércio inteiro, shoppings, academias, não há o que o segure. Por isso, será preciso ter uma vigilância muito grande por parte dos municípios. Pode ser que a gente tenha uma segunda onda se na hora que começar a flexibilização as pessoas abusarem e relaxarem demais."
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