O fato de ser o primeiro país a testar a vacina de Oxford contra a covid-19, pode fazer o Brasil ter prioridade para usar as doses, assim que a imunização for aprovada.
A participação do nosso país – o primeiro fora do Reino Unido a fazer parte das pesquisas da vacina – coloca o Brasil como “grande candidato” a usá-la, disse Soraya Smaili, reitora da Unifesp, Universidade Federal de São Paulo, à Agência Brasil.
A Unifesp vai participar da terceira fase de pesquisas da vacina inglesa nas próximas semanas. Os testes serão feitos em mil voluntários que vivem em São Paulo e atuam em atividades com exposição ao vírus.
“Existem algumas conversas nesse sentido [para o país poder ter prioridade no uso da vacina]. Nós estamos trabalhando para que sim. O fato de estarmos integrando e sermos o primeiro país fora do Reino Unido e também o primeiro laboratório no Brasil a realizar esses estudos – semelhantes a esses não há nenhum outro no Brasil – torna o país um grande candidato”, afirmou.
A produção
De acordo com a reitora da Unifesp, com acesso à “receita” da vacina, o Brasil terá capacidade de reproduzi-la em grande escala, a partir de laboratórios nacionais.
“Tendo acesso à vacina, nós temos capacidade de produção em larga escala, por meio dos nossos laboratórios nacionais de fato, como o Instituto Butantan, e os laboratórios da Fiocruz, entre outros”, afirmou.
Por que Unifesp?
Soraya explicou porque a Unifesp foi uma das escolhidas para testar a vacina no Brasil.
“Inicialmente é por conta da liderança da doutora Lily Yin Weckx, que é a coordenadora do estudo no Brasil e é coordenadora do laboratório do Centro de Referência em Imunização da Unifesp. Esse centro tem conexões com diversos outros pesquisadores do Reino Unido e da Europa. E também por conta da doutora Sue Ann Costa Clemens, chefe do Instituto de Saúde Global da Universidade de Siena, e também pesquisadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Unifesp. Por causa da experiência que elas têm na área e dos estudos que já realizaram anteriormente, com reputação muito boa internacional, o nosso laboratório aqui da Unifesp foi indicado para executar essa fase do teste da vacina”, disse.
Prazos
Os testes ainda não começaram. Isso deve acontecer por volta da terceira semana de junho: “Essa fase será a fase de recrutamento. Em seguida, os testes desses voluntários selecionados. Depois, a aplicação da vacina, e o seguimento por alguns meses, até doze meses, para que os resultados possam ser conclusivos. Eu disse até 12 meses, porque a perspectiva é que este período pode ser de doze meses ou talvez um pouco menos”.
A vacina de Oxford, feita no laboratório da universidade do Reino Unido, é a que está em processo mais adiantado no mundo.
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