Antônio Barbosa, popularmente conhecido por "Baé, foi auxiliar técnico do Juazeiro Social Clube. Esteve ao lado do técnico Elcio Nogueira, Sapatão no Campeonato de 2001, quando o time se consagrou vice campeão do Campeonato de Futebol.
Em contato com a reportagem da redeGN Baé lamentou o falecimento de Sapatão. "Foi um amigo e em 2001 foi fundamental para a conquista. Deus o tenha em um bom lugar".
O ex-jogador Janilson também lamentou a morte do técnico. "Fica aqui uma palavra gratidão pelo tudo que o senhor fez pelo futebol, não só os títulos,não só as conquistas,mas sim pelos ensinamentos, orientações e que nos deixou um grande legado", disse Jamilson.
Ex-zagueiro do Bahia nos anos 70, Élcio Nogueira da Silva, o Sapatão, de 72 anos, morreu hoje (5). Ele fez parte do elenco do tricolor na campanha vitoriosa do campeonato Baiano de 1973 e 1979.
O Técnico Élcio Nogueira da Silva (Sapatão) era o comandante do time do Juazeiro Social Clube, segundo a crônica esportiva, realizou um excelente trabalho com os atletas e o time do Juazeiro. Um dos jogos memoráveis que até hoje o torcedor guarda foi a final contra o Bahia em 2001, no Estádio Adauto Moraes.
Confira texto do jornalita André Calixto escrito em 2018:
14 de junho de 2001, quinta-feira, feriado de Corpus Christi. A cidade parou, o transito se modificou, filas enormes se formaram, arquibancadas móveis foram colocadas no Estádio Adauto Moraes para acomodar mais de 12 mil pessoas.
O jogo já havia começado e vários torcedores se encontravam ainda fora do estádio, houve ampla e massiva cobertura da imprensa local, estadual e nacional, evidenciando o nome do time e do município de Juazeiro. Transformaram a cidade no palco à espera da apresentação da grande estrela: “O Time do Juazeiro”. O clima do “já ganhou” tomou conta do município. Faixas, cartazes, carros de som e até Trio Elétrico para saudar o time que disputava a final do campeonato baiano. O que poderia ser um dia de gloria para o Juazeiro, acabou em uma derrota, que até hoje, 17 anos depois, traz lembranças tristes e angustias para atletas e torcedores do time.
O feito era histórico, já que, desde 1970, as decisões finais do campeonato baiano eram realizadas na capital, sempre no eterno clássico BA-VI. O time de Juazeiro tinha tido uma campanha vitoriosa. Após vencer o Vitoria dentro de casa por 2X1 e fora no estádio do Barradão pelo placar de 2X0, o time do Juazeiro garantiu vaga para disputar a final do campeonato baiano de 2001, eliminando o rubro negro baiano que tinha a vantagem. O time enfrentou no campo da Fonte Nova a equipe do Bahia. A partida terminou empatada em 1x1, resultado que assegurou o Juazeiro Social Clube levar a decisão do título para o estádio Adauto Moraes.
Para o torcedor e organizador das charangas Cid, conhecido como cabeludo, existe um descontentamento enorme dos torcedores sobre a perda do título do Baianão 2001. As torcidas organizadas, Esquadrão Verde, Gaviões Juazeirense e a Juá - Verde incentivaram o time nas partidas realizadas em casa, e também organizaram várias caravanas para acompanhar e incentivar a equipe do Juazeiro nas disputas fora de casa.
Havia união entre as torcidas organizadas, que levavam, além do amor pelo seu time, a contagiante alegria, conquistando a simpatia dos torcedores das equipes da capital. Os integrantes das torcidas pintavam os rostos com as cores do Juazeiro, vestiam suas camisas, colocavam bonés e bandanas com o símbolo da equipe. Bandeiras, batucadas e as conhecidíssimas bandeiras gigantes abrilhantavam ainda mais os espetáculos nos estádios de toda Bahia.
As razões para a derrota ainda hoje são um mistério. O atacante Ailton ainda hoje está decepcionado com a equipe do Juazeiro. “O nosso time vinha numa crescente e não aproveitamos a vantagem que tínhamos em nosso favor”. É de Entristecer o fato do time do Juazeiro superar várias dificuldades dentro e fora de campo, e chegar a uma decisão final histórica e não honrar o seu mando de campo, as torcidas, a nossa cidade e o próprio trabalho da equipe apresentado durante todo campeonato.
Ailton sempre confiante acreditava que iria levantar em casa a Taça de Campeão Baiano de 2001, esperava retribuir as inúmeras manifestações de apoio que a equipe recebeu da Torcida Tricolor Juazeirense. “Almejei comemorar e dar a volta em campo, erguendo o Troféu de Campeão com os nossos torcedores a nossa volta gritando é campeão.
Para o cronista esportivo Charles Gray, o Juazeiro lamenta até hoje a perda do título que ecoou como ganho não só pela cidade e pelos seus torcedores. Ele lembra que presidentes e diretores de outras equipes do estado, narradores e comentaristas esportivos teceram comentários favoráveis à conquista do título para o Juazeiro. Na ocasião, surgiram vários boatos, entre eles, que a diretoria e os jogadores tivessem vendido o título.
Segundo o cronista esportivo Raimundo Amarildo, outro episódio que levantou suspeitas foi o fato de que nunca houve ao longo do campeonato uma concentração antes das partidas. Porém, para o jogo decisivo, os jogadores estiveram concentrados na vizinha cidade de Petrolina e, receberam no almoço marmitas que vieram fechadas.
Daí surgiu à desconfiança de que a refeição estivesse contaminada com alguma substancia para prejudicar o desenvolvimento dos jogadores do Juazeiro na partida.
Na decisão, a equipe do Juazeiro não apresentou o rendimento eficaz que produziu ao longo do campeonato. Os jogadores estavam apáticos, sonolentos e sem rumo na partida. Já a equipe do Bahia soube aproveitar o baixo rendimento em campo do Juazeiro, aplicando ainda no primeiro tempo três gols. No final do segundo tempo, o atacante Ailton marcou o gol de honra para o Juazeiro, mas já era tarde. O resultado garantia o título ao Bahia. O árbitro da partida foi Oscar Roberto Godoy, que atua hoje como comentarista esportivo da Rede Bandeirante. O Técnico Élcio Nogueira da Silva (Sapatão) fez à época, um excelente trabalho com os atletas e o time do Juazeiro.
Carlos Humberto, que integrava a diretoria do time naquela época, comenta que desde aquela fatídica data convive com essa indagação: “O que foi que aconteceu?” E o mesmo sempre responde que não sabe. As pessoas sempre cobram dele uma explicação, para o bem ou para o mal. E quando o ex Presidente afirma que não sabe o que explicar, elas não acreditam e, isso contribui para a propagação de mais lendas urbanas. A maior delas talvez seja a teoria de que o clube “se vendeu”. Ele diz não acreditar nisso, mas não tem elementos para desconstruir essa ideia.
Minha frustração não é menor do que a do maior torcedor presente ao Adauto Moraes naquele dia. Sou fundador, torcedor e, à época, presidente do Juazeiro, um simples empate levaria todos nós ao nirvana do futebol. Aquele elenco, comissão técnica e dirigentes, estava prestes a uma consagração inédita e iria impulsionar rapidamente as carreiras dos jogadores, treinadores e valorizaria a nós, dirigentes.
O desempenho do Juazeiro, realmente, foi inferior ao do adversário. Do outro lado, estava o Bahia, campeão estadual 42 vezes e comandado pelo consagrado técnico Evaristo de Macedo. Carlos Humberto, afirma que sempre acreditou em todos aqueles que participaram da bela campanha desenvolvida pelo time naquela temporada, a maior de sua história até o presente momento. “Perdemos, é verdade, a partida final, mas fomos a melhor equipe do campeonato e no futebol. Nem sempre vence o melhor".
André Calixto - Estudante Jornalismo Foto: Arquivo Diário da Região
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