Prefeitura de Campo Alegre de Lourdes envia nota e esclarece sobre infecção dos funcionários do Consórcio Linhão

A Prefeitura Municipal de Campo Alegre de Lourdes vem a público esclarecer os fatos ocorridos sobre os funcionários do Consórcio Linhão T-BAPI, entre eles, confirmados e suspeitos com Covid-19, que estavam hospedados na sede de Campo Alegre de Lourdes (BA), para cumprir quarentena.

Durante todo o dia  (27), a equipe da Vigilância Sanitária com o apoio da Polícia Militar prestou o atendimento necessário e realizou testes rápidos em todos os funcionários, quando foram confirmados 02 casos positivos, entre os que estavam hospedados em uma pousada.

Os funcionários que estavam em outras pousadas testaram negativo. E um grupo de 15 funcionários, todos contaminados, que vieram de Nova Holanda, se hospedaram em uma casa. Totalizando, 48 funcionários.

Após intensa negociação durante todo o dia, entre a Prefeitura e o Consórcio Linhão T-BAPI, ficou acordada a transferência de todos os funcionários que aqui estavam para a cidade de Barreiras.

Ressaltamos que tudo ocorreu dentro da legalidade, visando preservar a saúde da população de Campo Alegre de Lourdes e dos funcionários da empresa, para que pudessem ser transferidos para uma cidade com estrutura maior, uma vez que Campo Alegre de Lourdes não tem capacidade para oferecer tratamento a todos.

No entanto, ao amanhecer do dia de hoje (28) tivemos a informação de que a empresa havia transferido os funcionários da sede do município para o canteiro de obras do povoado de Angico (da estrada do Remanso), causando uma revolta muito grande na população da comunidade.

Em tempo, a Prefeitura de Campo Alegre de Lourdes informa que já está tomando as devidas providências e impetrou uma tutela provisória de urgência ou tutela cautelar, que determina que o Consórcio Linhão faça a transferência dos 48 funcionários que estão no Angico, sob pena, em caso de descumprimento, do pagamento de multa diária de R$50.000,00.

O Prefeito Municipal, Enilson Marcelo Rodrigues, disse que “sempre convicto do cumprimento dos seus deveres, continuará sendo transparente e vigilante em tudo para ajudar a população campoalegrense no enfrentamento da pandemia, como também, na busca de soluções para os problemas de um modo geral do município”.

ENTEDA O CASO:

Um grupo de 34 trabalhadores que atua em um canteiro de obras de energia em Pilão Arcado, no Sertão do São Francisco, testou positivo para o novo coronavírus. Segundo o Portal do Cerrado, o fato ocorreu após um funcionário da empreiteira Andrade Gutierrez, responsável pela obra, morrer em um hospital de Buritirama, no oeste, com diagnóstico de coronavírus. O óbito ocorreu no domingo (24) com a confirmação da doença e das informações da vítima pela prefeitura de Buritirama. A empreiteira também confirmou o óbito e os testes positivos para a covid-19 nos 34 trabalhadores.

Em nota, a Andrade Gutierrez disse que o funcionário comunicou os sintomas iniciais à equipe médica do consórcio no próprio domingo. O homem teria sido encaminhado imediatamente à unidade de saúde onde foi internado. No entanto, “apresentou uma rápida piora, indo a óbito por volta das 17h00 do mesmo dia”, diz trecho da nota. Ainda segundo o site, as últimas informações sobre os 34 trabalhadores que contraíram a covid-19, é que o quadro de saúde deles é estável, com sintomas leves, sem necessidade de internamento. O grupo já teria sido transferido para isolamento nas cidades de Campo Alegre de Lourdes, na mesma região de Pilão Arcado e Barreiras, no oeste. 

No final de abril, uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) deu ganho de causa à empresa Equatorial Transmissora, contratada pela Andrade Gutierrez, em uma ação contra a prefeitura de Campo Alegre de Lourdes. A empresa pediu ao TJ-BA que as obras em linhas de transmissão de energia no município não fossem paralisadas por conta das restrições em meio à pandemia. A empresa alegava prestar serviço essencial e foi atendida.

Em 2017, a Equatorial venceu um leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Assim deve operar por 30 anos a concessão de fornecimento de energia elétrica que atravessa nove municípios, entre Buritirama, na Bahia, até Queimada Nova, no Piauí, em um raio de 380 quilômetros.