A saída de Luiz Henrique Mandetta e a chegada de Nelson Teich, vislumbrada como promissora na relação entre as ideias de Jair Bolsonaro e as ações do Ministério da Saúde, não se confirmaram e já há rumores de que Teich possa ser mais uma vítima dos caprichos presidenciais. Sem um alinhamento de planos, Bolsonaro segue na contramão, defendendo fim do isolamento e uso da cloroquina.
Nos últimos dias, em pelo menos duas vezes, Bolsonaro deixou o seu novo ministro em situação vexatória. No primeiro vexame Teich se preparava para anunciar, em coletiva, um plano coordenado de saída do isolamento social, gradativo e no momento oportuno, alinhado com governadores e prefeitos, quando ficou sabendo, pelos jornalistas presentes, que Jair Bolsonaro tinha publicado um decreto com ampliação dos segmentos considerados essenciais. Foi um momento constrangedor, com Teich procurando palavras e apoio nas demais pessoas que compunham a mesa.
Hoje mais um desencontro: enquanto Teich alertava nas suas redes sociais sobre os riscos e os efeitos colaterais da cloroquina no tratamento da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro, em entrevistas, fazia a defesa do uso do remédio, mesmo em casos com menor gravidade e cobrava um afinamento do ministro com suas ideias: "Olha só, todos os ministros, eu já sei qual é a pergunta, têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo", afirmou.
Para analistas o recado foi dado a Teich: Ou assimila ou pede para sair.
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