As ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) que estão no centro de criação e reprodução em Curaçá, Bahia, desde março, saíram do período de quarentena e foram liberadas na semana passada para o aviário construído especialmente para elas.
O ambiente é enriquecido com galhos, folhas e outras estruturas que devem auxiliar no gradativo processo de reintrodução da espécie na Caatinga.
As aves chegaram ao Brasil no dia 3 de março, vindas da Alemanha. Elas foram transportadas para um criadouro no sertão de Curaçá, seu habitat de origem. O período de quarentena possibilitou que as aves se adaptassem ao clima da Caatinga e permitiram aos especialistas a observação da espécie, além de eliminar a possibilidade de algum espécime estar doente, mesmo com os exames feitos na Alemanha que foram realizados para liberarem as aves para entrarem no Brasil.
Os aviários possuem dupla camada de proteção, ao passo de permitirem que as aves tenham contato com o clima da Caatinga; essa grade também protege as ararinhas-azuis de outros animais. As aves iniciam agora seu processo de preparação para soltura, com a adaptação ao clima e alimentação. Serão oferecidos gradativamente mais frutos e sementes da caatinga para quando forem soltas saberem o que comer. O processo de isolamento dos humanos é fundamental nesta fase para evitar que fiquem mansos e de fácil captura por traficantes, sendo assim, visitas ao Centro são restritas.
Animais exclusivos da Caatinga, a ararinha-azul está atualmente extinta na natureza. O último exemplar foi avistado em meados dos anos 90 e, por volta dos anos 2000, a espécie recebeu do Ministério do Meio Ambiente o status de extinta na natureza. A ararinha-azul, que naturalmente é uma espécie pouco populosa, teve seu número de aves ainda mais reduzido pelo comércio ilegal (pelo fato de ser uma ave de beleza extraordinária) e pela degradação da Caatinga, o que reduziu ainda mais o seu hábitat.
A reintrodução das ararinhas-azuis no seu bioma de origem é um processo previsto pelo Plano de Ação Nacional (PAN) da Ararinha-Azul em conjunto com organizações internacionais que detinham algumas aves em cativeiro. No primeiro ciclo do PAN, dentre outros resultados, o principal foi a multiplicação de animais em cativeiro para aumentar a variabilidade genéticas das aves. Agora, no segundo ciclo, o objetivo esperado é realizar a soltura de algumas ararinhas-azuis com suas "irmãs", as maracanãs (outra espécie de psitacídeo que possui hábitos semelhantes às ararinhas-azuis), sem descontinuar o aumento populacional também em cativeiro. As informações são do Ministério do Meio Ambiente.
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