Os movimentos político-ideológico-partidários em todos os países e continentes têm os seus ciclos de ascendência e predominância por algum tempo, salvo algumas exceções onde os regimes não se alteram e se eternizam por razões históricas, a exemplo dos países socialistas/comunistas, das monarquias ancestrais, e do sistema republicano americano.
Decorridos 21 anos de experiência com uma nova ideologia, novos princípios e práticas de governo, como a consolidação e estabilização do Plano Real, e o controle da inflação, de repente os sucessos foram empanados por uma súbita convergência para um corporativismo insano durante os governos petistas.
Nesse tempo, ocorreu um ataque sistêmico para ocupar a direção de todos os órgãos Federais, as Estatais e os Fundos de Pensão, por ativistas do Partido, nos quais vislumbraram a verdadeira galinha dos ovos de ouro. É falado aos quatro cantos que o Projeto de Poder era para ser, se possível, eterno.
Como resultado do açodamento pelo Poder, em paralelo ao fortalecimento de um projeto político não somente com intenções nacionais, mas, com amplitude internacional, era impositivo que se formasse uma base financeira sólida, tanto no interesse do grupo como dos indivíduos envolvidos, e nenhum canal poderia ser mais pródigo do que as torneiras abertas dos cofres públicos federais. Estatizando-se, assim, um instrumento ágil em colocar a mão em nossos bolsos, via as empresas estatais. E a estatal que sobreviveu aos ataques está aí viva para contar a história, como é o caso daquela gigante que cuida do nosso Petróleo: a Petrobrás! Ressalte-se, ainda, que nesse tempo o BNDES se tornou o “Federal Reserve” da esquerda para toda a América Latina e Ditaduras Africanas.
Felizmente esse cenário desenhado pela esquerda brasileira para o Projeto de Poder petista de 20 anos, não obteve o aval do eleitorado brasileiro, e assim, através do voto livre e democrático, deu um basta em 2018. Diria que a decisão popular não foi tanto por divergências de natureza ideológica, mas por uma velada revolta face à indecência na gestão das verbas públicas, principalmente quando desviadas em benefícios pessoais e políticos.
O que ficou evidente, é que a reclusão voluntária que envolveu a esquerda brasileira a partir de 2018, teve uma característica quase endêmica porque recolheu todos a um silêncio sepulcral, muito semelhante ao isolamento social que ora estamos vivenciando! Até falaram muito enquanto um certo mito estava recolhido em Curitiba, mas constataram que após a sua libertação, ao circular nas capitais ele já não encontrou a receptividade de antes.
Naturalmente que o atual governo tinha uma enorme responsabilidade para reconduzir o país a novos caminhos. Na área administrativa e institucional até que vem adotando medidas acertadas na moralização da coisa pública. Todavia, o Presidente vem pecando de forma exagerada na tentativa de fazer a comunicação diária, através do uso descontrolado de uma verborragia estúpida, que está conseguindo irritar a quantos assistem ao noticiário diário, inclusive aos que nele votaram, e nutriam simpatia e aprovação ao governo!
As frases usadas para se contrapor aos que lutam para enfrentar a tragédia do Coronavírus no país, são impróprias e de um primarismo inconsequente. Diante da pergunta de um repórter sobre o que achava do número acima de 5.000 mortes no Brasil, pelo COVID-19, foi de uma infelicidade ímpar ao dar a resposta: “Daí, sou Messias... mas não faço milagres”! Isso desencadeou uma avalanche de repúdio pelo desrespeito aos mortos e aos que sofrem para salvar vidas. São atitudes assim, que incitam os seus opositores a taxarem-no de psicopata e outras agressões mais...
E o resultado final de tudo isso? A esquerda brasileira acordou do sono eterno e ganhou inesperada sobrevida! Como num repentino lampejo, os seus agentes voltaram à evidência nos noticiários e a alimentar a esperança do impeachment, palavra que precisa ser aportuguesada, urgentemente, porque já faz parte do vocabulário político nacional.
A solução para interromper esse súbito despertar, e conter a indignação crescente, está nas mãos daquele que provocou tudo isso: o Presidente da República! Basta que o “Messias” realize um importante milagre para o bem do Brasil: SUSPENDA AS ENTREVISTAS DIÁRIAS... E PARE DE FALAR!!!
Não é a crítica que irá DESCONSTRUIR o Governo, mas, sim, a loquacidade odiosa do Senhor Presidente!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil – Salvador – BA.
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