A ação consiste na distribuição de apitos e na divulgação de conteúdos digitais de sensibilização e combate à atitudes violentas dentro e fora de casa; "Apite por você, pela sua vizinha, pela sua amiga!".
O machismo não entrou na quarentena e para muitas mulheres, ficar em casa para evitar o coronavírus é um pesadelo. Segundo um estudo recente da ONU, a pandemia é 'catastrófica' para mulheres no mundo todo por intensificar violência e pobreza.
Em face da crise sanitária e do isolamento social, ações propositivas de enfrentamento a esta realidade são essenciais para preservar a vida. Diante disso, as mulheres do Mandato Coletivo, juntamente com o Vereador Prof. Gilmar Santos (PT), organizaram a campanha do "Apitaço pela Vida das Mulheres", lançada quinta-feira (30), dia Nacional da Mulher.
A ação está voltada para o fortalecimento das mulheres no enfrentamento da violência. A partir da distribuição de apitos em estabelecimentos comerciais e da veiculação de conteúdos digitais de sensibilização e combate ao machismo, a campanha visa coibir ações violentas dentro e fora das casa.
Higienizados previamente e distribuídos em embalagens plásticas, os apitos estão disponíveis em alguns estabelecimentos comerciais da cidade. Farmácias, mercearias, quitandas e açougues receberam caixas personalizadas com identificação da campanha e informações da ação. Em apoio a campanha, diversas mulheres estão publicando vídeos nas redes sociais com a Hastag #ApitaçoPelaVidaDasMulheres.
Para Ângela Santana, integrante do Mandato Coletivo, os apitos podem alertar uma vizinhança e a comunidade sobre possíveis casos de agressão. "É uma atitude muito simples, mas de grande importância na prevenção da violência doméstica. O apito pode inibir esse agressor ou alertar alguém que pode ligar para os telefones da polícia ou dos serviços de proteção", alertou.
A campanha é mais um complemento às ações já existentes no município e tem como objetivo criar e fortalecer redes de proteção. Os casos de machismo e violência de gênero devem ser denunciados através do 180.
No Brasil, a desproteção contra a violência de gênero em tempos de isolamento se soma a uma série de medidas não tomadas pelo Governo Federal para garantir padrões dignos de vida à população.
Segundo reportagem da Carta Capital, no canal de denúncias Ligue 180, administrado pelo governo federal, a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres anunciou um aumento de 17% no número de denúncias registradas pela plataforma no comparativo do começo e do fim do mês de março, período marcado por determinações de afastamento social em estados e municípios.
Para o presidente Bolsonaro o problema da violência contra a mulher está no isolamento social, como afirmou em entrevista: "Tem mulher apanhando em casa. Por que isso? Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Como é que acaba com isso? Tem que trabalhar, meu Deus do céu. É crime trabalhar?", resmungou. Especialistas alertam que violência contra a mulher não se resolve com o fim do isolamento, mas com desconstrução da 'masculinidade clássica' e da desigualdade de gênero, além de políticas sociais e de renda.
Para quem deseja apoiar a campanha ou tirar dúvidas, pode ligar para 87 9 9802 0102.
Como denunciar?
A Central de Atendimento à Mulher segue disponível 24 horas por dia pelo Ligue 180, pelo Disque 100 ou ainda pelo 153 da Patrulha da Mulher. Os casos mais urgentes devem ser denunciados junto à Polícia Militar no número 190.
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