Em plena crise de coronavírus, com hospitais lotados e uma crise sem precedentes na economia, diversos setores do mercado optaram por reduzir preços, ampliar prazos para pagamentos, suspender multas e outras punições para inadimplentes, mas os planos de saúde, inclusive na região do São Francisco, ao que parece, tem seguido o caminho inverso, com aumentos chegando nos boletos de cobranças.
Em contato com nossa redação uma cliente, idosa, de Juazeiro, lamentou a insensibilidade do seu plano de saúde, que enviou boleto com aumento de 7,35% em plena crise do Covid-19.
“Esses dias vi que os remédios iam subir e o governo imediatamente se posicionou, suspendendo por tempo indeterminado. Porque isso não vale para os planos de saúde? É uma insensibilidade e falta de respeito eles enviarem boletos com um aumento abusivo desses e ainda estipular prazo e multas para quem não pagar, provavelmente suspendendo o atendimento se a gente ficar inadimplente. A quem recorrer?” questionou a denunciante, que pediu para preservar seu nome.
No boleto, com cópia encaminhada a redeGN, o plano justifica cobrança como “reajuste anual autorizado de 7,35% para contratos entre maio 2019 e abril de 2020”, conforme regulamentação para o setor. Pelo que fica entendido a cobrança é universalizada e vai chegar a todos, nas datas previstas de cada plano.
Em que pese a agencia Nacional de Saúde (ANS) já ter determinado que os planos devem atender a todos, inclusive os inadimplentes, neste período delicado, destinando 15 bilhões de reais de um fundo de reserva do setor para garantir a continuidade dos serviços médicos diante de uma possível falta de pagamento das mensalidades, pelos usuários, os indicativos são de que, por enquanto valem os métodos de sempre. “Meu plano venceu dia 25 e no dia 28 já me ligavam cobrando”, disse a usuária.
Pelo menos dois projetos de lei estão em análise na Câmara dos Deputados impedindo que as operadoras de planos de saúde de reajustem os valores das mensalidades e suspendam planos durante a pandemia da Covid-19 no Brasil. Até o momento não foi tornado público, pelos planos que atuam no Vale do São Francisco, informações que apontem nessa direção.
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