O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pediu demissão do cargo, deixando o governo do presidente Jair Bolsonaro após quase 16 meses à frente da pasta.
Ao anunciar sua decisão ,Sergio Moro lamentou ter que reunir jornalistas e servidores do órgão em meio à pandemia do novo coronavírus para anunciar sua saída, mas esta foi “inevitável e não por opção minha”.
No final da tarde, ainda em pronunciamento, neste momento (17h20), o presidente Jair Bolsonaro disse que sempre "abriu o coração para Sergio Moro e que já não sabe se a reciproca era verdadeira". Bolsonaro disse que as acusações de Sergio Moro não "tem fundamento, não são verdadeiras". Ele disse que "implorava informações à Polícia Federal e que o "ex-ministro Moro e sua equipe se preocupou muito mais com quem foi o autor da morte da vereadora Marielle do que quem o tentou matar durante as eleições".
Bolsonaro disse também que tem "o apoio de muitos políticos menos da esquerda que só pensa em roubar". Bolsonaro acusou que Sérgio Moro "pediu a indicação no mês de novembro para ser ministro do Supremo Tribunal Federal".
O presidente Jair Bolsonaro também negou, que tenha tentado fazer qualquer intervenção na Polícia Federal, conforme acusou mais cedo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, ao deixar o cargo. "Nunca pedi para ele (Moro) que a PF me blindasse", disse Bolsonaro. Ainda deu como exemplo o respeito às ações da corporação o fato de nunca ter forçado uma investigação que respondesse quem tentou matá-lo.
Sobre as acusações de Moro, Bolsonaro se disse magoado e surpreso. "Não chorei, mas fiquei muito triste". "Uma coisa é admirar uma pessoa, outra é conviver com ela". O presidente Bolsonaro justificou "que aceitou tudo da parte de Moro, inclusive a nomeação de uma auxiliar defensora do aborto". "Estou decepcionado com ele. Não é verdade que o procurei em algum momento para fazer interferência por quem quer que seja em qualquer processo. Eu nunca menti e ele nunca vai enganar quem quer que seja", afirmou.
Bolsonaro também defendeu seu direito de indicar o diretor da PF e ressaltou que "autonomia não é soberania". Ainda segundo o presidente, na quinta-feira, Moro disse que queria indicar o substituto de Maurício Valeixo na PF. "Eu disse, vamos conversar. Por que tem de ser um nome seu e não meu?".
Hoje pela manhã, ao pedir demissão do cargo de ministro da Jusitça, nesta sexta-feira (24/4), Sergio Moro acusou o presidente Jair Bolsonaro de pretender uma "interferência política" na Polícia Federal e disse que esse seria o motivo da exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da corporação.
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