O plástico, em forma de garrafas, sacos ou tampas, é um dos principais depredadores do Rio São Francisco. A reportagem da redeGN, flagrou dezenas de formas da poluição nas margens do Rio São Francisco. Com a vazão em 1600 metros cúbicos por segundo, o Opará, na linguagem indigena, Rio que é Mar, o Velho Chico, vem dando sinais de aumento do volume de água e com isto, mostra "cada vez mais as cicatrizes provocadas pela ação do homem em suas margens".
Quem tem o privilégio de cruzar a Ponte Presidente Dutra, entre as cidades de Petrolina (em Pernambuco) e Juazeiro (na Bahia) e admirar a beleza do Rio São Francisco, nem imagina o quanto durante estes últimos 10 anos sofreu. Depois de nascer na Serra da Canastra, em Minas Gerais, a 1,2 mil metros de altitude, e antes de desaguar no Oceano Atlântico, a quase 3 mil quilômetros de distância, na Praia de Peba, em Alagoas, o velho Chico recebe uma carga imensurável de poluição.
Segundo dados do Conselho Pastoral dos Pescadores, ligado a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), somente na região do Submédio - onde estão situados municípios como Juazeiro e Paulo Afonso (BA) e Petrolina, Ouricurí e Serra Talhada (PE) - e Baixo São Francisco - entre os estados de Alagoas e Sergipe - centena de pescadores são prejudicados com a redução na quantidade e qualidade do pescado.
"Pelo menos 8 mil índios que vivem entre os municípios de Petrolândia e Tacaratu, no Sertão, e dependem da pesca para sobreviver também sofrem com a poluição que está acabando com os peixes", relata a Ecologista dos Povos e Comunidades Tradicionais ,Alzeni Tomaz.
Esses índios, que representam cerca de 12 povos, estão se afastando cada vez mais da beira do rio e comprometendo sua fonte principal de alimento. O processo de degradação do Rio São Francisco continua acelerado também, segundo Alzeni, sobretudo, com o crescente despejo de esgotos domésticos das cidades e povoados que são cortados pelo rio.
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