São exatos 30 dias que as 52 Ararinhas Azuis retornaram à caatinga, sertão do Curaçá, Bahia. A esperança é renovada a cada dia, para se poder contemplar o voo das aves. São mais de 20 anos que isto não ocorre.
Com exclusividade a redação da redeGN, mostra ao leitor fotos do Refúgio de Vida Silvestres da Ararinha Azul e a Área de Proteção Ambiental. Estes são os locais destinados à reintrodução Ambiental e conservação do bioma da caatinga, localizado na Fazenda Caraíbas.
Desde o momento de chegada ao Centro de Reprodução e Soltura em Curaçá, as Ararinhas foram admitidos em quarentena, com a supervisão das autoridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) no local. Cada ave foi retirada da caixa de transporte e teve a leitura de chip realizada. As ararinhas-azuis foram liberadas no aviário, mantendo o isolamento com o ambiente externo e outros animais pelo prazo de 30 dias.
De acordo com informações obtidas pela reportagem da redeGN não houve mortalidade e as aves estão comendo e bebendo normalmente; elas estão calmas e confortáveis em suas novas habitações e se acostumando com o clima da Caatinga.
Para auxiliar na recuperação dos animais está sendo fornecida a eles a mesma alimentação que tinham na Europa. A comida para as ararinhas-azuis foi trazida no avião junto com as aves, com toda certificação e autorização pelo MAPA.
Anualmente, 70% de todos os filhotes produzidos serão enviados para o Centro de Reprodução e Soltura em Curaçá para serem reintroduzidos na Caatinga. Este processo é importante para que as aves que serão soltas em breve, bem como as que ficarão em cativeiro para reprodução, tenham a máxima diversidade genética possível e com isso se minimize os riscos de cruzamento de ararinhas-azuis com parentesco muito próximo, o que poderia comprometer o processo de reintrodução na natureza.
Detalhe: Descoberta há mais de 200 anos pelo naturalista alemão Johann Baptist Ritter von Spix, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) não é observada na natureza desde que o último exemplar, um macho, desapareceu em outubro de 2000. Passados 20 anos desde sua última aparição, a espécie finalmente poderá voltou a habitar as matas de Curaçá, no sertão da Bahia, como resultado de um esforço conjunto que vem sendo desenvolvido desde 1986, quando foi descoberta a última população selvagem de apenas três indivíduos.
A formalização desta iniciativa ocorreu em 1990, quando o Ibama criou o Comitê Permanente para a Recuperação da Ararinha-azul. Desde então, entre muitas idas e vindas e contando com o esforço de inúmeras organizações, fundações internacionais. O projeto vem dando bons frutos, um deles é a repatriação de 52 ararinhas-azuis provenientes da instituição alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP).
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