Num momento de extrema complexidade na vida das pessoas com este Covid 19, o Brasil sofre uma perda considerável deixando-nos um déficit cultural com a perda deste “malandro da cultura”.
Neste momento de contemporaneidade à todo momento surgem fatos que propõem mudanças comportamentais da sociedade com conceitos, teses, pesquisas etc., mas nada comparado com a complexidade e certeza da partida daqueles que na sua passagem pelo planeta deixam legado de exemplo e referencia para próximas gerações.
A cultura em seu conceitual antropológico que inclui conhecimentos, crenças, costumes ou qualquer outra capacidade e hábitos adquiridos pela pessoa, enquanto membro da sociedade. Ninguém mais do que Riachão este “malandro da cultura” que tão maravilhosamente em sua simplicidade, conseguiu (em vida) e agora eternizado (em sua obra) retratar tão minuciosamente e contentamento nossa Salvador cotidianamente os fazeres de nossa 1ª Capital, nos dando um orgulho retado em ser baiano.
Espero que com sua partida as próximas gerações aprendam com o exemplo de sua arte, identificar oportunidades, que os políticos aprendam com este” malandro da cultura” a arte de valorizar o setor como vetor de desenvolvimento, que nossa gente perceba a riqueza da nossa cultura de origem neste processo de desenvolvimento, que as empresas entendam a importância da parceria cultural, e que os fazedores de cultura atuem na estratégia de organização.
A cultura da Bahia e Brasil tem hoje um déficit em nosso capital cultural, mas o ensinamento de resistência contra as desigualdades herdadas de uma história de origem vergonhosa, quando percebemos os efeitos causados com a escravidão. Este homem negro pequenino, mas gigante no fazer seu labor como vocação, seguindo na contra mão da ordem urbana, contemporânea do “seu galho é em qualquer lugar.” Riachão nos deixa o exemplo de conceito sustentabilidade em seu fazer cultural na valorização da cultura afra brasileira e baiana com dignidade e maestria de combate as desigualdades vivenciadas pelo povo baiano, que na sua prática de fazer sua arte com mensagens de resistência e alegria que com certeza dignifica a luta do homem e mulher negros, em seu direito a vida com dignidade e liberdade de expressão.
Vá com Deus Riachão você representou o povo desta terra chamada Brasil, Bahia.
Jomar Benvindo
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