Giuseppe Sala, prefeito de Milão, abraçou com fervor a campanha “Milão não para” que, há um mês, incentivou os habitantes da cidade a não irem para isolamento e voltarem às suas atividades normais, mesmo em meio à pandemia do coronavírus. Agora ele se sente responsável pelas mortes.
Milão carrega a triste cifra acima de 5 mil mortes agora, e quando a campanha contra o isolamento começou, eram 250 pessoas infectadas e 12 óbitos. Nesta sexta, contabiliza-se 34.889 casos da doença confirmadas na região da Lombardia, com 5.402 mortes. Milão localiza-se nesta região. Nas últimas 24 horas, 541 pessoas morreram na região.
Sala, que é do Partido Democrático, de centro-esquerda, admitiu seu erro no programa Che tempo che fa, que foi ao ar no último domingo. Segundo ele, prefeito de uma cidade com 3.1 milhões de habitantes, foi um erro defender a interrupção da vida normal, mas que há um mês, não se tinha noção da real gravidade do coronavírus.
A campanha foi impulsionada por Matteo Salvini, da extrema direita europeia. O #MilãoNãoPara ganhou força após Roma criar cordão sanitário ao redor de 11 cidades da Lombardia, em 23 de fevereiro.
Sala foi à luta e, a exemplo de Salvini, fez campanha pelo não isolamento, com o bordão ‘Milão não para’. Fez vídeos, postou fotos com camiseta e slogan até o caos se instalar.
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