Os mercados financeiros da Europa e da Ásia voltaram a cair nesta segunda-feira (23) devido à incerteza sobre o plano econômico dos Estados Unidos para lidar com o coronavírus e alertas de resultados negativos de grandes empresas.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng perdeu 4,4%, enquanto em Sydney a Bolsa caiu 5,6% e em Wellington 7,6%, respondendo à decisão da Nova Zelândia de decretar confinamento geral. Em Singapura, o mercado de ações caía 7,5% e em Seul perdia 5,5%.
Em Xangai, foram registradas perdas de 3,11% e na China a bolsa de valores de Shenzhen caiu 4,26%. A Bolsa de Tóquio foi uma exceção e fechou no positivo graças ao iene fraco e ao SoftBank Group, que anunciou um plano ambicioso para ceder ativos e comprar ações.
Na Europa, as ações abriram no vermelho depois de algum otimismo no final da semana passada. Paris perdia 4,44%, Frankfurt 4,40% e Londres 4,79%. Enquanto isso, em Madri, o Ibex-35 perdia quase 2,5% e o FTSE MIB da bolsa de Milão, 3,3% nas primeiras operações desta segunda-feira.
As Bolsas foram afetadas pelo fracasso no domingo (22) do Congresso dos EUA de aprovar um plano para mobilizar cerca de dois trilhões de dólares para apoiar a economia diante da pandemia de coronavírus. Apesar das intensas negociações, a Casa Branca, republicanos e democratas no Congresso não chegaram a um acordo na primeira votação.
Após esse fracasso, o preço do petróleo também caiu. O barril de Brent perdeu 2,2%, para US$ 26,38, enquanto o WTI ganhava 1,4%, chegando a US$ 22,95 às 06H30 GMT (03h30 de Brasília). Um sinal da volatilidade do mercado do petróleo, que não é afetado apenas pela pandemia de coronavírus, mas também pela guerra de preços entre os principais produtores.
Por seu lado, o mercado da dívida estabilizou-se com movimentos limitados, tanto na Europa como nos Estados Unidos. "Essas quedas rápidas e sem precedentes ilustram a velocidade com que passamos de um pequeno medo pela saúde pública para uma recessão global", disse Stephen Innes, analista da AxiCorps.
Depois de tentar se estabilizar, os mercados estão novamente "sob forte pressão por causa da queda de Wall Street na sexta-feira à noite" e pelo desacordo nos Estados Unidos, observa Tangi Le Liboux, analista da Aurel BGC.
"No entanto, podemos assumir que os dois campos vão conseguir resolver seu problema, mas a progressão da pandemia obriga investidores e analistas a revisar continuamente seus custos, que já são exorbitantes", acrescentou.
Os mercados também foram atingidos por alertas de lucros negativos de grandes empresas, como a petrolífera francesa Total ou a fabricante de aeronaves europeia Airbus. A companhia Singapur Airlines também anunciou que deixará a maior parte de sua frota em terra até abril e disse que está lutando para sobreviver.
Segundo Tangi Le Liboux, "continuamos a pensar que os mercados ainda não atingiram seu ponto mais baixo, mas não podemos dizer se o declínio continuará ou se os mercados se estabilizarão pelo menos temporariamente" com um acordo nos Estados Unidos.
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