O deputado distrital Leandro Grass (Rede-DF) protocolou hoje um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro por crime de responsabilidade. O requerimento foi protocolado na Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados.
De acordo com Grass, Bolsonaro praticou "atos condenáveis" durante a gestão desde sua posse – em 1º de janeiro de 2019. São cinco as alegações que embasam o pedido de impeachment:
Alegar, sem apresentar provas, que as eleições de 2018 foram fraudadas;
Convocar e apoiar manifestações do dia 15 de março de 2020, que tinha como alvo os Poderes Legislativo e Judiciário – mesmo com as recomendações de órgãos de saúde para que não houvesse aglomerações de pessoas por causa do coronavírus;
Fazer declarações indecorosas contra a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Follha de S. Paulo;
Publicar vídeo com conteúdo pornográfico no Twitter em fevereiro de 2019 – episódio que ficou conhecido como "golden shower";
Determinar comemoração do Golpe Militar de 1964.
De acordo com o deputado, Bolsonaro cometeu outros crimes de responsabilidade. Mas, para fins pedagógicos e para facilitar a compreensão da denúncia o deputado se limitou a listar no documento apenas os cinco episódios citados.
“Desde que sentou na cadeira da Presidência da República, em janeiro de 2019, Bolsonaro vem praticando uma série de atos incompatíveis com o decoro que o cargo que ele ocupa exige. O país hoje está em crise econômica, estamos passando por uma crise mundial de saúde e ele ignorando os protocolos e colocando a população em risco. O Brasil não tem condições de superar essas crises com Jair Bolsonaro na presidência. Ou ele, ou o povo”, analisou Leandro Grass ao justificar sua decisão.
No pedido, o deputado Grass ainda aponta a gravidade de outras ações e episódios que envolvem não só o presidente, mas também sua família, como indícios de ligações de parentes com milicianos e movimentações financeiras inexplicáveis de Fabrício Queiroz à sua esposa, Michele Bolsonaro.
“A imprensa noticia, quase que semanalmente, o envolvimento da família do Presidente com milícias do Estado do Rio de Janeiro, inclusive tendo exaltado policiais que hoje são condenados pela Justiça. Ademais, o Presidente jamais explicou os empréstimos de Fabrício Queiroz à sua esposa, nem mesmo as denúncias de servidores fantasmas, enquanto era Deputado Federal”, aponta Grass, no pedido entregue à Câmara.
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