O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) emitiu uma nota nesta terça-feira rebatendo as acusações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro ontem, de que teria ocorrido uma fraude nas eleições presidenciais de 2018. "Eleições sem fraudes foram uma conquista da democracia no Brasil e o TSE garantirá que continue a ser assim", afirmou o tribunal.
A resposta do TSE foi divulgada um dia após Bolsonaro afirmar que tem provas de que foi eleito em primeiro turno, apesar de não ter apresentado nenhum indício nesse sentido. O presidente já havia feito acusações de fraude em 2018, mas agora, pela primeira vez, disse ter "provas" — sem mostrá-las.
— Eu acredito que, pelas provas que tenho em minhas mãos, que vou mostrar brevemente, eu tinha sido, eu fui eleito no primeiro turno, mas no meu entender teve fraude. E nós temos não apenas palavra, nós temos comprovado, brevemente eu quero mostrar — disse, ontem, em evento nos Estados Unidos.
O TSE, por sua vez, reafirmou "a absoluta confiabilidade e segurança do sistema eletrônico de votação". O tribunal disse ainda que a auditabilidade do processo permite apurar eventuais denúncias e suspeitas, "sem que jamais tenha sido comprovado um caso de fraude, ao longo de mais de 20 anos de sua utilização".
De acordo com a Justiça Eleitoral, caso haja uma prova de irregularidade, as autoridades agirão com "presteza e transparência para investigar o fato". "Mas cabe reiterar: o sistema brasileiro de votação e apuração é reconhecido internacionalmente por sua eficiência e confiabilidade. Embora possa ser aperfeiçoado sempre, cabe ao Tribunal zelar por sua credibilidade, que até hoje não foi abalada por nenhuma impugnação consistente, baseada em evidências", completa.
O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Marco Aurélio Mello, também defendeu o sistema eleitoral brasileiro nesta terça, relembrando que, de 1996 até hoje, nunca houve uma impugnação "minimamente séria" ao sistema.
— O que posso dizer é que capitaniei as primeira eleições informatizadas, em 1996, nós municípios com mais de 100 mil eleitores. E de lá para cá não houve uma única impugnação ao sistema minimamente séria. Daí se preserva a vontade do eleitor. E ninguém coloca em dúvida a lisura da Justiça — disse.
Perguntado se havia estranheza no fato de um vencedor da eleição ter questionado a lisura do processo eleitoral, Marco Aurélio comentou:
— Tempos estranhos. Pelo menos de tédio nós não morremos.
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