Cinquenta ararinhas-azuis que vieram da Alemanha desembarcaram no Brasil nesta terça-feira (03), e foram escoltadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, até um centro de reprodução construído na cidade de Curaçá, na Bahia.
As aves estavam extintas no país e retornaram graças a um acordo firmado no ano passado, entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Organização Não Governamental alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP).
De acordo com o ICMBio, as aves devem passar por um período de quarentena para treinamento e adaptação, antes de serem soltas na natureza. A data de 03 de março foi escolhida por ser o Dia Internacional da Vida Selvagem, para lembrar da importância em se preservar a fauna e flora do planeta, bem como alertar sobre o tráfico de animais no mundo.
Parceria
O ICMBio e a organização ACTP firmaram no ano passado um acordo que oficializou a vinda das ararinhas da Alemanha para o Brasil. Entre os parceiros estão o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil), o Criadouro Fazenda Cachoeira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de São Paulo (USP).
Histórico
As aves foram descobertas no início do século 19 pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix. A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie exclusiva do bioma da caatinga brasileira, que se concentra na Região Nordeste do Brasil, teve sua população dizimada pela ação do homem. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000, por ser alvo de caçadores e traficantes de animais, e os poucos exemplares que restaram em coleções particulares no mundo vêm sendo usados para reproduzir a espécie em cativeiro, todos no exterior.
A ararinha é considerada uma das espécies de ave mais ameaçadas do mundo. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo possivelmente Extinta na Natureza, restando apenas indivíduos em cativeiro.
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