Com o objetivo de conhecer soluções que as agricultoras e agricultores familiares brasileiros têm utilizado para garantir a criação de ovinos e caprinos em regiões secas do país, técnicos da organização internacional Procasur, especializada no desenvolvimento e na disseminação de ferramentas, metodologias e processos de gestão efetiva do conhecimento, visitaram, nos últimos dias 23, 24 e 25 de janeiro, experiências de beneficiários do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do acordo de empréstimo firmado entre o Governo da Bahia e o Fundo Internacional e Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
O objetivo é implantar a estratégia de territórios de aprendizagem no Brasil, que consiste no mapeamento de boas experiências que podem ser sistematizadas e replicadas em localidades de outras regiões ou países, que tenham características de clima e vegetação semelhantes.
O presidente da Procasur, Juan Moreno, e o ponto focal da organização no Brasil, Mireya Valencia, conversaram com parceiros estratégicos do setor público e privado e percorreram, nos três dias, comunidades dos municípios de Casa Nova, Andorinha e Uauá. Para Juan, o conhecimento dos agricultores e agricultoras têm valor. "É importante que o conhecimento dessas famílias seja documentado, sistematizado, difundido e oferecido a outros campesinos e a outras campesinas de outros territórios do mundo que tenham condições relativamente equivalentes e maneiras e soluções muito concretas. E esse processo creio que seja reforçado e impulsionado pelo setor público e pelo setor privado", explicitou.
As visitas tiveram foco nas boas práticas desenvolvidas para fomento da caprino-ovinocultura na região. A ideia foi mapear talentos, e, para tanto, nas conversas, o pessoal da Procasur estava atento ao que tinha de mais promissor localmente. "Que talentos temos em Casa Nova, Juazeiro, Uauá e Andorinha que podemos fortalecer e trazer produtores da África, da Colômbia e do Peru, por exemplo, para que eles aprendam aqui e possam aplicar nas atividades que eles fazem lá?", questionou Mireya Valencia aos agricultores/as e parceiros.
Das conversas saíram diversas soluções replicáveis da criação de ovinos e caprinos que são feitas nos territórios Sertão do São Francisco e Piemonte Norte do Itapicuru, a exemplo do uso de plantas da Caatinga para alimentação dos animais; estoque de água e forragens; comercialização do esterco; implantação do Selo de Inspeção Municipal (SIM); associativismo/cooperativismo; criação em fundo e fecho de pasto; produtos artesanais como manta de bode e queijo de leite de cabra; rebanho com raças nativas/adaptadas. A perspectiva é que um projeto-piloto de intercâmbio de experiências seja feito entre os meses de março e abril deste ano.
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