Tem sido interessante observar o grau de dicotomia que vem permeando os conceitos contidos nas avaliações dos analistas políticos de rádio e televisão - em nível nacional -, com relação ao atual Governo Federal. Embora seja normal e compreensível que tenham posições ideológicas eventualmente divergentes, é gritante observar que esse não alinhamento tem sido motivado, geralmente, pelo desengajamento do novo Governo em manter o patrocínio comercial dos últimos anos das respectivas empresas, por razões óbvias e lógicas.
Pelo ralo da permissividade escoavam altos valores em bilhões de reais, além do beneplácito de não cobrar dívidas acumuladas em impostos, apropriação indébita das contribuições não recolhidas à Previdência, etc. Para quem acompanha diariamente esse noticiário, percebe que a carga exagerada de notícias e comentários contrários, apega-se de forma imperdoável a detalhes isolados e, às vezes, despreza enxergar um conjunto de medidas voltadas ao esforço de recuperação nacional. Isso é um fato a olhos vistos e, só não o ver, o ceticismo cego e irracional.
A crítica quando construtiva é salutar. Nesse particular, tenho assumido aqui de forma imparcial, posição de repúdio quando reconheço que determinadas atitudes, seja do Presidente, dos seus filhos ou dos demais integrantes da sua equipe, podem prejudicar o sucesso de outras medidas voltadas ao interesse nacional. Também não admito os eventuais excessos que possam atingir a nossa dignidade como Nação. Nenhum país pode sobreviver isoladamente do contexto mundial, principalmente aqueles considerados ainda em desenvolvimento, a cujo segmento pertencemos.
Mas, o título dessa crônica vem a calhar, em função de estarmos vendo e ouvindo que esses importantes âncoras da imprensa nacional vêm adquirindo, gradual e progressivamente, uma consciência avaliativa mais moderada e honesta, e assim estão vendo um pouco com outros olhos, o outro lado da moeda. Isso porque, após contundentes críticas, logo fazem uma concessão à tolerância, e concluem adicionando algumas ponderações: “APESAR DISSO... a economia está dando sinais de recuperação!”.
A partir daí, justificam essa afirmativa com um desfile de números estatísticos e próprios do linguajar “economês”, além de citarem outras ações oficiais, por exemplo: que a Taxa Selic atingiu o índice mais baixo dos últimos 10 anos; que a taxa da inflação está moderada; que a corrupção nos investimentos oficiais foi contida; que bilhões de reais recuperados dos corruptos já estão retornando aos cofres públicos; que obras de rodovias paradas há anos foram retomadas ou até concluídas; que Reformas nunca concretizadas por outros governos, agora estão sendo propostas e aprovadas no Congresso; que já surgiram algumas medidas oficiais de efeitos benéficos à população, como: nova opção para que o Servidor do INSS vá à residência fazer o Atestado de Vida dos idosos acima de 80 anos ou com dificuldade de locomoção, menor DPVAT, 13º. para o Bolsa Família, dentre outras, etc. E ninguém poderá dizer que isso não está acontecendo, porque até os contrários, tem noticiado essas ações que tem beneficiado a vida de todos.
Nada mais verdadeiro do que o entendimento de que seja na Direita ou na Esquerda, os radicais só admitem o Poder Absoluto e nunca a alternância desse Poder, mesmo que determinada pelo voto popular. O inconformismo da Esquerda com a derrota nas últimas eleições é uma prova eloquente disso.
A realidade insofismável do Brasil dos dias atuais, é que assim como não é aceitável a intransigência desleal da Oposição, quando radicaliza em todas as frentes e torce para que nada dê certo, também não há lugar para os partidários que torcem pelos resultados positivos da atual gestão, mas admitem jogar para debaixo do tapete possíveis erros cometidos. São muitos os problemas econômicos, sociais, de saúde e educação ainda pendentes de solução, mas, insuperáveis em apenas um ano de governo: APESAR DISSO...! Apesar disso, vale lembrar que o País não parou como muitos queriam e pensaram.
Diria que foi feliz o candidato quando escolheu o seu bordão de campanha, com a frase: “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos”. O significado básico merece ser lembrado aos dois blocos que se digladiam nas redes sociais, traduzido nos fundamentos de que a prioridade maior é o bem coletivo e o fortalecimento dessa grande Nação.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador-BA.
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