A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves , convocou uma coletiva de imprensa falsa como parte do lançamento de uma campanha de enfrentamento à violência contra a mulher , nesta segunda-feira. Ao encarar os jornalistas, Damares, demonstrando estar emocionada, ficou em silêncio por alguns segundos e depois deixou o local. Mais tarde, a assessoria do ministério confirmou que se tratava de uma "ação de marketing".
A campanha, que tem a participação da cantoras Simone e Simaria, custou R$ 11 milhões, segundo o governo federal. A peça publicitária será veiculada em nas emissoras de televisão aberta, rádio, redes sociais, cinema e mídia externa. Já estava programada para às 16h uma solenidade pelo Dia do Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Por volta das 14h, a Secretaria de Comunicação (Secom) do Planalto enviou um aviso aos jornalistas de que Damares falaria antes da cerimônia, às 15h. Com quase meia hora de atraso, Damares chegou e permaneceu em silêncio na frente dos repórteres.
A cena foi gravada pela Secom e, no início da cerimônia, publicada nas rede sociais da ministra. Questionada, a assessoria confirmou que a cena da ministra fazia parte da campanha que tem como tema: "Se uma mulher perde a voz, todas perdem". Ao final do evento, a própria ministra explicou que ela queria demonstrar "como é difícil uma mulher ficar em silêncio". Damares Alves agradeceu os repórteres por "voluntariamente ou involuntariamente" terem participado da ação de marketing.
- Eu fiquei em silêncio para que vocês sintam como é difícil uma mulher ficar em silêncio. Quando eu queria falar tanto com vocês hoje, dizer para vocês desta campanha belíssima, eu preferi ficar em silêncio. É muito ruim tirar a voz de uma mulher. Era esse o recado que eu queria dar. E obrigada por terem participado voluntariamente ou involuntariamente da campanha. Que todas as mulheres tenham voz - justificou a ministra, chamada de "mita" durante a cerimônia.
A campanha do governo conta com um clipe com as cantoras Simone e Simaria e divulga números de registros do disque-denúncia 180. O vídeo começa com a informação de que a cada hora 536 mulheres são vítimas de agressão e que apenas no ano passado 66% da população feminina foi vítima de algum tipo de assédio.
Nas redes, ela compartilhou a gravação com o sinal de reticências.
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— Damares Alves (@DamaresAlves) 25 de novembro de 2019
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