Em novo depoimento ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o empresário Marcos Valério, conhecido por ser operador do mensalão, apontou o ex-presidente Lula como um dos mandantes da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado a tiros em 2002. A informação foi publicada pela Veja nesta sexta-feira (25).
De acordo com publicação, Lula e outras autoridades do partido foram chantageados por um empresário de Santo André, Ronan Maria Pinto – que participava de esquema de propina na Prefeitura da cidade. Ele ameaçou envolver a cúpula do Planalto no caso da morte de Celso Daniel. “Eu já avisei a quem eu devia avisar, Marcos, eu não vou pagar o preço sozinho”, teria ameaçado Ronan.
Para tentar driblar a situação, o então chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, teria pedido ajuda a Valério. “Marcos, nós estamos com um problema. O Ronan está nos chantageando, a mim, ao presidente Lula e ao ministro José Dirceu, e preciso que você resolva”, teria dito Carvalho.
Valério explica que a solução encontrada por ele com auxílio de outros nomes do PT, foi pegar um “empréstimo” de R$ 12 milhões com o Banco Schahin, com quem os fundos de pensão do Banco Popular do Brasil – então presidido por um petista – mantinham aplicações milionárias, em troca de um contrato de R$ 1, 6 milhão com a Petrobras.
Depois de pagar a chantagem a Ronan, Valério relatou ter conversado sobre o assunto com Lula. “Eu virei para o presidente e falei assim: Resolvi, presidente. Ele falou assim: Ótimo, graças a Deus'”, relembrou, no depoimento.
Ainda de acordo com a Veja, o operador do mensalão também disse, em conversa com o promotor, que, ao exigir dinheiro para ficar calado, Ronan que não ia “pagar o pato” sozinho e que iria citar o presidente Lula como “mandante da morte” do prefeito de Santo André. Ronan ia “apontá-lo como cabeça da morte de Celso Daniel”, contou o empresário.
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