No centro de um escândalo que levou à abertura de um inquérito de impeachment contra o norte-americano Donald Trump, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, abrirá a viagem do presidente Jair Bolsonaro pelo continente asiático.
O encontro entre o ucraniano e Bolsonaro deverá ocorrer na terça-feira (22), na capital japonesa, e será a primeira reunião bilateral do brasileiro no giro de mais de dez dias que fará por países como China, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Em setembro, o brasileiro havia cancelado uma primeira reunião com o ucraniano, que ocorreria nos Estados Unidos. Os dois países aproveitaram para remarcá-la por causa da presença das duas autoridades na cerimônia de entronamento do novo imperador da japonês, Naruhito, na próxima semana.
Segundo diplomatas brasileiros ouvidos pela reportagem, a ideia é que seja um encontro de aproximação entre os dois líderes, que já demonstraram em declarações públicas pontos de afinidade. Eles não descartam, no entanto, a possibilidade de o tema do impeachment ser mencionado durante a conversa.
Tanto Bolsonaro como Zelenski já saíram em defesa pública de Trump no episódio e a reunião, na avaliação de auxiliares bolsonaristas, poderia reforçar essa posição. Os três presidentes foram eleitos no rastro de uma insatisfação popular com a chamada política tradicional.
Em setembro, uma transcrição de uma conversa telefônica entre Trump e Zelenski, divulgada pela Casa Branca, revelou que o líder americano pediu ao aliado ucraniano para investigar Joe Biden, possível rival do republicano nas eleições de 2020, e seu filho Hunter, membro do conselho de uma empresa ucraniana.
O registro da ligação, realizada em julho, deu tração para a abertura do inquérito de impeachment pela presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi.
O encontro entre Bolsonaro e Zelenski está previsto para acontecer logo depois da cerimônia de entronamento. Na quarta-feira (23), Bolsonaro terá uma reunião bilateral com o o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe.
No início do mês, chegou a ser cogitada ainda uma conversa do brasileiro com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, durante a visita ao Japão, mas ela acabou não sendo marcada.
Em Tóquio, Bolsonaro terá encontros ainda com empresários japoneses e brasileiros, no Hotel Imperial, considerado de luxo e onde ficará hospedado.
Como é de praxe na diplomacia mundial, no entanto, os custos da hospedagem serão pagos pelo governo japonês.
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