O resultado verificado nas últimas eleições foi sintomático do nível de ansiedade que dominava o nosso eleitorado, pela expectativa de mudança na política nacional, visto os desmandos administrativos e financeiros em que o país se encontrava, bem como a tentativa de melhoria do perfil dos nossos legisladores. É importante comentar que no Senado Federal ocorreu uma notável renovação de 87,3% das 54 cadeiras em disputa, enquanto na Câmara dos Deputados foram eleitos 243 deputados "novos", com uma renovação de 47,37%. Bem significativo!
No plano do Executivo o desejo de mudança global se manifestava de forma mais intensa diante da incompetência da então Presidente e, também, do seu sucessor temporário, condição que favoreceria a eleição de qualquer um novo nome que se apresentasse no cenário político nacional. Entendo que é cedo para uma avaliação conclusiva dos riscos assumidos pelo povo brasileiro. Existem boas intenções de corrigir alguns rumos, mas o que falta ao Presidente é um curso intensivo para Estadista - e de boas maneiras -, mesmo à Distância (quem sabe, um bom EAD!), mas, que o ensine a agir mais e falar menos. Se não aprovamos que um “zé ninguém” use palavreado impróprio em rodas de família, não se pode admitir que o Presidente da República adentre ao lar das famílias brasileiras através da televisão, e ao discursar aos garimpeiros à porta do Palácio, use de expressão grosseira, ainda que em defesa da nossa soberania: “Interesse na Amazônia não é no índio nem na porra de árvore, e sim no minério”! No mínimo aviltante e inconsequente! E prefiro usar essas palavras, a outras que seriam do mesmo nível como as dele, visto que o respeito ao leitor é algo sagrado.
Outro forte motivo do descalabro provocado por gestões anteriores, está na desvirtuada política de gestão financeira dos recursos do BNDES, com motivações político-ideológicas nos financiamentos a ditaduras dos continentes latino e africano, cujas consequências negativas estão agora recaindo sobre o Tesouro Nacional, avalista dessas operações. Ninguém sabe, mas, no balanço de 2018 o Banco já contabilizou valores da ordem de 4,4 bilhões de reais ante a evidência de calote de países como Cuba, Venezuela e Moçambique, e cujos pagamentos em 2019 já não foram efetuados por esses devedores! Alguém crê que vão pagar, ou o calote já pode ser contabilizado pelo total?
Merece uma análise, o fato de por trás dessas operações ter ocorrido a interveniência das grandes empresas brasileiras envolvidas com os escândalos revelados pela Lava-Jato. É implicante e questionável verificar que não houve qualquer interesse da Intercept Brazil em “comprar” dos Hackers esse farto material dos diálogos entre os membros do então governo, empresários e BNDES, no qual deve conter tratativas de muitos milhões de reais em propinas! A propósito, por quê ao jornalista Glenn, convenientemente, não interessa esse tipo de material dos Hackers? Creio que um dia saberemos! Inclusive, isso já tarda!
Pensar o Brasil de hoje está sendo uma missão revestida de grande complexidade. O cidadão, no aconchego do seu lar, depara- se com a mídia de maior expressão nacional – Globo, Band e Folha de S. Paulo -, que, por motivos óbvios e conhecidos, está orquestrada na tarefa de anarquizar com as ações do atual governo, às vezes por fatos justificáveis e em outras revestidas de uma parcialidade radical que não ajuda a construir um novo país. Talvez por breve lapso, há momentos em que surpreende com comentários sobre índices econômicos positivos já alcançados, ou no reconhecimento de algumas ações de governo conduzidas com seriedade e voltadas ao interesse nacional.
O Brasil vive um momento muito singular e especial na sua história. Temos um Presidente que diz palavrão, e é destemperado diante de vários episódios do cotidiano. Temos um desequilibrado ex-Procurador Geral da República (Rodrigo Janot) que confessa em livro ter ido à sala de um Ministro do STF (Gilmar Mendes) para matá-lo e em seguida se suicidar...! História meio maluca, fantasiosa e nada convincente!
Como dizem popularmente que Deus é brasileiro pelo fato de o Brasil estar imune a muitas tragédias comuns a outros países, vamos esperar que Ele nos permita escapar de uma possível e indesejável tragédia política!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
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