O mandato de reintegração do Juiz Pablo Enrique Carneiro Baldivieso, Juiz Federal em Auxílio na Subseção Judiciária de Juazeiro, da área de reserva legal no Projeto Nilo Coelho, dentro do território de Casa Nova, na Bahia, ocupada por associações e MST, determinando inclusive “demolir as benfeitorias construídas no local reintegrado”, com um prazo de quinze dias, conseguiu unir políticos de todos os matizes.
Nesta sexta-feira (20), em reuniões promovidas pelo MST – Movimento dos Sem Terra e Associações, se comprometeram com a defesa ao direito do trabalho, políticos do PSDB, como Anísio Viana representando o Deputado Federal Adolfo Viana; do PT, como o Vereador José Carlos Borges, representando o Deputado Josias Gomes, o Deputado Zó e o Vereador Vanderlin do PC do B, o Vereador Uilian Pereira do MDB, Vereador Paulo Sérgio do PR, Alex de Santana do PDT, representantes estaduais do MST e o Padre José Benedito Rosa.
Jovanildo Jesus Teixeira, Coordenador Estadual do MST resumiu a situação: “Esta área passa por uma ameaça de despejo e aí estamos chamando o Poder Público, representantes do legislativo, do Executivo, outros movimentos parceiros e a sociedade como um todo, para a gente se unir nessa causa que é conseguir de fato a permanência nessa terra para poder produzir”
Ainda de acordo com ele, são mais de 250 famílias, “morando e produzindo, gerando emprego e renda. Essa é a nossa luta”.
Zé Carlos Borges, vereador em Casa Nova, voltou a falar sobre a necessidade de união em torno dos assentados, do MST e das associações, “para garantir o direito ao trabalho destas pessoas”.
O assessor do prefeito de Casa Nova, Grilo Serra, justificou a ausência do prefeito e garantiu que a prefeitura “está firme com os trabalhadores e na defesa dos interesses de quem produz”.
O Deputado Zó lembrou que “nestes tempos sombrios”, “são muitas as reintegrações de posse Brasil a fora, tentando tirar o direito fundamental ao trabalho” e conclamou a todos ‘preservar a unidade”.
O fio unindo todos os pronunciamentos e as providências, jurídicas e políticas, de mobilização e sensibilização, foi a unidade. Ficou acertado a elaboração de um documento e o registro fotográfico das plantações, edificações e criações para comprovar que, diferentemente da afirmação da CODEVASF, na área se planta, se cria e se produz.
Ainda que em nenhum momento se tenha falado publicamente em resistir à ordem de reintegração, o clima de revolta entre os assentados, sentindo-se enganados pela CODEVASF e cobrando o cumprimento do acordo original de permanência ou as terras no Projeto Salitre, persiste.
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