Promovido pelo Instituto Avon, Salvador recebeu a 8ª edição do Workshop de Acesso à Justiça do Programa Respostas Eficazes às violências contra mulheres. O evento que começou dia 17 e foi encerrado ontem (19) ofereceu treinamento à integrantes de toda a rede de proteção às mulheres com o objetivo de desenvolver um trabalho eficaz e integrado no suporte às vítimas de violência doméstica e sexual.
De acordo com os dados apresentados pela Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) com base em dados das duas delegacias de atendimento às mulheres existentes na capital, uma mulher é agredida a cada 45 minutos. Nos últimos dois anos foram abertos mais de 29 mil processos de violência contra as mulheres na Bahia. Apenas 30% deles têm medidas protetivas.
Além disso, segundo o 13º Anuário do Fórum de Segurança Pública, mostra que 4 meninas, de até 13 anos, são estupradas por hora. Esses dados alertam para a necessidade de uma ação integrada todas as frentes ao atendimento e apoio às mulheres e um planejamento da atuação na luta contra a violação dos direitos das meninas, a exemplo do plano de políticas públicas para meninas de Salvador em construção.
Nesta edição do Workshop de Acesso à Justiça, o treinamento contará também com a participação de uma equipe multidisciplinar composta por integrantes do sistema de justiça, da saúde, educação e assistência social. Como resultado, o workshop trará um plano, de curto, médio e longo prazo, para o desenvolvimento e aprimoramento de estratégias coordenadas para superar os desafios enfrentados na denúncia, investigação e resolutividade de casos de violência contra as mulheres na Bahia.
O programa se baseia num modelo usado para treinar juízes, promotores, policiais e organizações da sociedade civil nos Estados Unidos, já adaptado para o uso em diversos contextos brasileiros e reúne agentes públicos, policiais, membros do Ministério Público, das Defensorias Públicas, magistrados federais e estaduais, psicólogos, assistentes sociais e representantes de organizações sociais, bem como de órgãos governamentais que atuam na defesa das mulheres.
Plano de Ação integrado
Além dos três dias de evento, no dia 24, às 19h, acontecerá, no Centro de Operações e Inteligência da Se3cretaria de Segurança Pública do Centro Administrativo da Bahia (CAB), um ato institucional em que será apresentado o plano de ação integrado para o enfrentamento das violências contra mulheres e meninas no Estado. Este plano, construído com a participação dos integrantes do sistema de justiça, da saúde e assistência social do município, é o resultado dos três dias de workshop. Além de representantes do Instituto Avon, o evento contará com as presenças confirmadas de representantes da Polícia Civil, Tribunal de Justiça da Bahia, Procuradoria Geral do Ministério Público do Estado e da Secretária de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude Municipal e UNICEF.
“Como resultado, nossa proposta é apresentar um plano de desenvolvimento e aprimoramento de estratégias coordenadas para superar os desafios enfrentados na denúncia, investigação e resolutividade de casos de violência contra as mulheres na Bahia.”, destaca Mafoane Odara, gerente do Instituto Avon.
Construir uma rede de proteção articulada exige senso de corresponsabilidade e a busca pelo que nos une
De acordo com a pesquisa "Derrubando Muros e Construindo Pontes", realizada pelo Instituto Avon e Papo de Homem em 2019, apenas 15% da população busca conversar com quem pensa diferente com regularidade, apesar de 70% acreditar que dialogar com que pensa muito diferente é benéfico.
A situação é dramática e não diz respeito apenas as nossas relações pessoais. Não dialogar com quem pensa diferente afeta diretamente as relações profissionais e a ação política institucional e, consequentemente, a estrutura da sociedade.
“No enfrentamento da violência contra as mulheres e meninas, assim como na superação dos nossos maiores desafios contemporâneos, simplesmente não podemos abrir mão da cooperação entre as pessoas. Por sua vez, a cooperação entre as pessoas depende da construção de valores compartilhados, forjados em narrativas em que podemos encontrar consensos mínimos e, por meio deles, criar visões de futuro convergentes e inspiradoras que se traduzam em soluções possíveis.”, destaca Daniela Grelin, diretora do Instituto Avon.
O evento contou com a participação de Katuscia Almeida Presidente do conselho Municipal de Defesa de Direitos da mulher em Juazeiro e do Juiz da Vara da Violência Dr Aroldo Nascimento representando Juazeiro e a rede de enfrentamento à violência.
Sobre o Instituto Avon
Há 16 anos, o Instituto Avon se dedica em salvar vidas e é por isso que apoia e desenvolve ações que tenham em sua essência a premissa de superar dois dos principais desafios à plena realização da mulher: o combate ao câncer de mama e o enfrentamento das violências contra as mulheres e meninas. Ano após ano, o trabalho do instituto tem contado com parcerias importantes e a colaboração e dedicação de muitas pessoas e organizações para fazer com que, a cada dia, mais pessoas recebam informações sobre as causas e saibam como agir. Como braço de investimento social da Avon, empresa privada que investiu mais de 170 milhões em ações sociais voltadas às mulheres no Brasil, o Instituto já apoiou a realização de mais de 350 projetos e ações, beneficiando 5,7 milhões de mulheres.
Desde a fundação, o Instituto desenvolve iniciativas que contribuem com a detecção precoce do câncer de mama. No total, foram investidos R$ 86 milhões para o desenvolvimento de 161 projetos e doação de 51 mamógrafos e 32 aparelhos de ultrassom. Por meio destas doações, mais de 2.3 milhões de mamografias e 471 mil ultrassonografias de mama foram realizadas e 38.5 mil diagnósticos positivos feitos.
Violências contra as mulheres e meninas
No enfrentamento das violências contra as mulheres e meninas, o Instituto Avon atua há 11 anos e já destinou R$ 34 milhões para 193 projetos voltados ao fortalecimento e integração da rede de proteção à mulher em situação de violência. Só em 2018, contribuiu com a formação de mais de 4 mil agentes públicos (policiais, ouvidores, juízes, e agentes de saúde), possibilitou que mais de 7 mil advogados e terapeutas passassem a oferecer serviços gratuitos à população por meio do Mapa do Acolhimento e 10 mil atendimentos online pelo aplicativo Mete a Colher.
Para cumprir com a missão de mobilização da sociedade, as iniciativas do Instituto se dividem em quatro grandes pilares de atuação: Conhecimento, Articulação, Apoio a Projetos e Engajamento e Impacto. Mas, o grande diferencial da organização sem fins lucrativos para a concretização de seus projetos e ações é a capacidade de articulação de diferentes stakeholders, como empresas públicas e privadas, funcionários, ONGs, movimentos sociais, organismos internacionais e órgãos públicos de todas as esferas. Além disso, o Instituto conta ainda com a força de vendas Avon, composta por mais de um milhão de Revendedoras, que disseminam conhecimento sobre as causas e atuam como rastreadoras de necessidades específicas de atendimento da população em suas respectivas comunidades.
Essa capilaridade e abrangência permitem ao Instituto Avon estar presente em 100% dos municípios brasileiros.
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