Dois representantes baianos foram escolhidos como finalistas pelo Superjúri do Prêmio Multishow 2019. A 26ª edição do prêmio acontece no dia 29 de outubro, com transmissão ao vivo direto do Rio de Janeiro. O grupo de especialistas e profissionais do mercado da música indicou o BaianaSystem nas categorias de "Canção do Ano", por "Sulamericano" e "Disco do Ano", com "O Futuro Não Demora".
Já a cantora e compositora Josyara, que no último ano lançou o disco “Mansa Fúria”, pelo Natura Musical, figura entre os indicados a “Revelação do Ano”, ao lado de Duda Beat e Mc Tha. Aos 26 anos de idade e com mais de uma década de estrada, a cantora e compositora baiana Josyara é agora destaque no cenário musical. Nascida em Juazeiro, Bahia, a jovem “malina” e “curiosa” teve o primeiro e intenso contato com a música aos dez anos, após encontrar o violão do avô em cima de um guarda-roupa.
“Peguei o instrumento para ficar brincando, fingindo que estava tocando, e tal, aquela coisa. Mas, na verdade, eu destruí o violão, pintei todo de branco, foi um contato muito assim de impacto profundo”, lembra a artista, em entrevista ao Bahia Notícias.
Do quarto para os barzinhos da cidade foi um pulo, sob tutela de uma amiga da mãe, que se propôs a ensiná-la a tocar, cantar e interpretar. Aos 14, ela sentiu a necessidade de se expressar de forma autoral.
“Eu falava: ‘não, eu quero cantar o que eu estou querendo dizer, com minhas palavras’. E aí veio essa leva de músicas e eu fui escrevendo, anotando…”, conta a cantora, que em 2012, quando ainda usava o nome artístico Josy Lélis, lançou o álbum “Uni Versos”, vencedor do Prêmio Sesc de Música.
No mês de abril ela foi entrevistada pelo Bahia Noticias. Na época em processo de pré-produção do disco, ela pretende firmar uma nova fase, mais madura, na qual assume não só o nome de batismo, Josyara, como também as rédeas de sua própria carreira.
“[o novo trabalho] Tem essa mão mais na massa, né, de atuar com a direção mais firme de escolhas e tudo. E, sem dúvida, também a execução de violão. Eu me sinto mais segura tocando, porque, querendo ou não, esse disco já é bem antigo, já vai fazer seis anos”, diz ela, comparando os dois projetos.
Ao que parece, a virada já começou. Em março deste ano ela, que começou nos barzinhos, subiu a um dos mais importantes palcos do país - o da sala principal do Teatro Castro Alves -, ao lado de nomes como Larissa Luz e BaianaSystem, para homenagear Ederaldo Gentil.
Apesar dos encantos com a proximidade do sucesso, Josyara demonstra ter os pés no chão e plena consciência de suas origens: as margens do Rio São Francisco, entre Juazeiro e Petrolina. Mesmo assim, ela prefere não ser enquadrada.
“Eu sei muito de onde eu venho. E como minha mãe fala, como eu falo em casa, como eu cresci. Então, isso está em mim, não tem como negar”, diz ela. “Eu não sou música regional, mas está em mim a música pelo sotaque, pelo jeito de conduzir a melodia. Mas, ao mesmo tempo, eu gosto desse frescor, eu gosto da coisa eletrônica, desse digital”, avalia Josyara, que, em resumo, diz que faz MPB experimental com frescor e vontade de conhecer coisas novas.
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