O vereador Carlos Bolsonaro (PSC) pediu licença não remunerada da Câmara Municipal do Rio de Janeiro no último dia 6 de setembro. A comunicação foi publicada nesta terça-feira (10) no diário da Casa. Os vereadores podem pedir afastamento por licença natalina, tratamento de saúde ou para tratar de assuntos particulares. Este último foi o motivo indicado por Carlos Bolsonaro em seu pedido.
A licença não remunerada para tratar de assuntos particulares tem um período máximo de 120 dias por sessão legislativa. Carlos tem acompanhado o pai desde sábado (7), quando o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se internou em São Paulo para sua quarta cirurgia após a facada que sofreu no ano passado.
A cirurgia foi feita no domingo (8). O vereador tem dormido no Hospital Vila Nova Star, na zona sul da capital paulista. No ano passado, Carlos já havia ficado afastado da Câmara por cerca de quatro meses para ajudar na campanha do pai.
O vereador tem dito a aliados que está cansado da política e que não pretende tentar a reeleição. Hoje com 36 anos, Carlos foi eleito para a Câmara Municipal do Rio aos 17, sob orientação de seu pai. Nesta segunda-feira (9), ele escreveu em sua rede social que, por vias democráticas, não será possível transformar o país rapidamente.
"Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!", publicou.
O ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes, candidato à Presidência da República no pleito de 2018, reagiu duramente ao post feito pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) na sua conta Twitter no qual disse que as mudanças que os brasileiros querem não se darão de "forma rápida pelas vias democráticas".
"Veja, esse rapaz é um percevejo desses que infestam a vida brasileira e, portanto, ele não merecia qualquer tipo de reflexão. O problema é que ele é um filhote do Bolsonaro e ele só pode merecer uma reflexão na proporção que isso representar um pensar do Bolsonaro", disse Ciro, que participou como espectador dos debates travados nesta terça-feira, 10, do 16º Fórum de Economia que a Fundação Getulio Vargas (FGV) realiz na capital paulista.
De acordo com Ciro Gomes, "é preciso que todo mundo, todos nós, cobremos do Bolsonaro uma declaração explícita, clara se esse menino está falando mais uma bobagem, de mal-amado que é, percevejo da vida brasileira, e neste caso nós vamos refletir para dizer ao Bolsonaro que ele tente", disse o ex-ministro.
Para o pedetista, se o presidente confunde a população brasileira em matéria de costumes, "se ele explora o colapso moral que o PT produziu no País, se ele explora o desastre socioeconômico que o PT produziu, ele nos divide". "Mas se ele imagina que vai transgredir o ditado do direito democrático, ele que tente para ver quantos brasileiros vamos encará-lo na linguagem que ele preferir", disse.
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