Celebra-se no dia 10 de setembro o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, que faz parte da Campanha Setembro Amarelo. Essas ações conscientizadoras, instituídas em 2003 pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IASP) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem como objetivo prevenir o ato do suicídio, mediante a adoção de estratégias pelos governos dos países.
O suicídio é uma das maiores causas de morte no mundo, principalmente entre adolescentes e adultos até os 35 anos, o que o torna um problema de saúde pública. A OMS estima que o suicídio seja a 13ª causa de morte no mundo, sendo responsável pela perda de 800 mil pessoas que tiram a própria vida anualmente, conforme indica o primeiro – e até agora único – Relatório Global para Prevenção do Suicídio da OMS, de 2014.
O Brasil é o 8º país com a maior taxa de suicídio. No mundo, a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e a cada três segundos uma pessoa atenta contra a própria vida. Para cada suicídio sucedido, há pelo menos 20 tentativas fracassadas.
O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio é um movimento que busca a sensibilização da sociedade, que pode contribuir para reduzir os trágicos números da mortalidade por suicídio, principalmente devido ao fato de algumas pessoas o considerarem como tabu, terem preconceito ou mesmo por acreditarem que as pessoas que o planejam só estão querendo chamar atenção e não pretendem acabar com suas vidas.
O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio individuo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal. Trata-se de um comportamento com causas multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Por isso, deve ser considerado como o desfecho de uma serie de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo
O comportamento suicida está associado com a impossibilidade do indivíduo identificar alternativas para a solução de seus conflitos, optando pela morte como resposta de fuga da situação estressante. Alguns fatores contribuem com o risco de suicídio: depressão, envolvimento com drogas, problemas familiares, fatores sociais como o bullying, falta de amigos, insegurança, baixa autoestima, problemas socioeconômicos e aumento das dívidas.
A maioria das pessoas que planejam o suicídio muda seu comportamento ou dá pistas e sinais de aviso antes de praticá-lo: tornam-se depressivas (apresenta uma grande tristeza, desesperança, pessimismo e choram muito); falam muito sobre a morte, suicídio ou que não tem mais razões para viver, além da possibilidade de utilizarem expressões, como: "Não aguento mais"; "Já não importa"; "Eu preferiria estar morto"; "Eu sou um perdedor e um peso para os outros"; "Os outros serão mais felizes sem mim". Algumas pessoas podem fazer "preparativos para a morte" como: pôr os assuntos em ordem; desfazer-se de objetos ou bens pessoais valiosos; fazer despedidas ou dizer adeus como se não voltasse a ser visto; aumentar o consumo de álcool, droga ou fármacos; afastar-se das pessoas, ter insônia recorrente, falta de apetite, e sentir dificuldades de relacionamento e de integração na família ou nos grupos.
Ao identificar o risco em uma pessoa que está planejando o suicídio, a primeira coisa a fazer para ajudar é saber ouvir. Ouvir com atenção, não só os fatos, mas a dor, medos e ansiedades. Não julgar, nem dar conselhos ou opiniões, reconhecer o sofrimento pelo qual a pessoa está passando, valorizar o que ela diz e demonstrar que está disponível para ajudar. Demonstrar empatia, procurando compreender as coisas não do seu ponto de vista, mas segundo o ponto de vista do outro.
CVV
Falar sobre o suicídio não tem hora. Por isso, os voluntários do Centro de Valorização à Vida (CVV) estão disponíveis para te ouvir, sob total sigilo, e ajudar 24h por dia. Ligue sempre que precisar no 188.
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