Líderes de países sul-americanos vão se reunir no dia 6 de setembro para discutir uma política única de preservação da Amazônia e de exploração sustentável da região. De acordo com o presidente Jair Bolsonaro, o encontro deve ocorrer em Leticia, cidade colombiana que faz fronteira com o Brasil em Tabatinga, no Amazonas.
Bolsonaro recebeu hoje (28), no Palácio da Alvorada, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, para tratar de questões ambientais e conversar sobre a participação do chileno, como convidado, na reunião do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) na segunda-feira (26), em Biarritz, na França.
“Eu havia solicitado por ele alguns dias antes, assim como outros chefes de Estado, que levasse a palavra do Brasil sobre o momento que estávamos vivendo [de queimadas na Amazônia]. E ele, com muita maestria, muito companheirismo, levou nossa posição de forma individual a todos os integrantes do G7. O que nós mais queremos é restabelecer a verdade sobre o que está acontecendo na Amazônia”, disse Bolsonaro após o encontro.
O presidente chileno destacou que a Amazônia compreende quase a metade das florestas tropicais do mundo e captura um quarto do carbono que se emite no mundo, mas afirmou que a soberania dos nove países amazônicos deve ser reconhecida e respeitada. “São eles os principais interessados e responsáveis em cuidar e proteger as florestas e a biodiversidade. Mas todos os demais países do mundo querem colaborar para poder proteger melhor a Amazônia”, disse.
Após o encontro no Palácio da Alvorada, o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma declaração conjunta em que os presidentes reafirmam seu compromisso de aprofundar a cooperação e a coordenação entre Brasil e Chile em todas as áreas e de abrir a integração na América do Sul, com base na liberdade política e econômica.
Ambos concordam em buscar formas de cooperação bilateral e apoio financeiro internacional para contribuir com a proteção das florestas tropicais da Amazônia, que sejam compatíveis com as políticas nacionais e complementares aos mecanismos multilaterais.
“Reiteraram o direito ao desenvolvimento sustentável dos países e o direito de cada país ao uso racional e sustentável de seus recursos naturais, em harmonia com suas obrigações ambientais e com as necessidades de seus cidadãos, incluindo suas populações indígenas. Enfatizaram que as questões ambientais devem ser abordadas com base em conhecimento e evidência científica”, diz a nota.
De acordo com o Itamaraty, o presidente Bolsonaro reiterou sua disposição de colaborar com a presidência chilena no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2019 (COP25), que será ralizada em Santiago, de 2 a 13 de dezembro, para assegurar que os instrumentos de financiamento existentes sejam implementados adequadamente.
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