O Centro de Informação sobre Medicamentos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (CIM/Univasf) realizou, agora em agosto, uma oficina sobre contracepção para mulheres surdas no Hospital Dom Malan/IMIP de Petrolina.
O evento foi proposto pelo estudante de medicina Igor Jambeiro e teve o apoio dos estudantes de farmácia Marília Ursulino e Ricardo Vieira, da estudante de psicologia Ely Vieira, e da coordenadora do CIM, Deuzilane Nunes. No Dom Malan, contou com o apoio da diretora de Ensino e Pesquisa, Angélica Guimarães.
A oficina em libras sobre métodos contraceptivos teve como objetivo orientar as mulheres surdas sobre planejamento familiar e saúde. Na oportunidade, as participantes receberam informações na Língua Brasileira de Sinais sobre os procedimentos e dispositivos para evitar a gestação.
Para Igor, esse é o início de um processo de democratização da saúde brasileira para a comunidade surda. "Acredito que esse é o público mais desassistido pelo Sistema Único de Saúde. Entre outros motivos porque, em geral, eles não conseguem interagir com os médicos, enfermeiros e técnicos, que acabam não compreendendo o que o surdo tem, passa ou sofre", ressalta.
"É preciso que a educação em saúde e a assistência seja adaptada e acessível a todos, e aqui em Petrolina nós já estamos dando o ponta pé. O CIAM da Univasf é o primeiro do Brasil a fazer um trabalho voltado à população surda e o Dom Malan um dos primeiros centros de saúde a serem contemplados com a iniciativa", comemora.
A equipe do CIM já realiza um trabalho educativo há um tempo e, anteriormente, era mais voltado ao descarte, aprazamento, uso correto de medicamentos, armazenamento e dispensação. As oficinas sobre métodos contraceptivos, por exemplo, são uma novidade.
A escolha do tema foi proposta pela comunidade surda. "No formato padrão não há garantias de que o surdo esteja entendendo. Em libras, eles tanto entendem, quanto interagem e conseguem tirar as suas dúvidas", reforçou Deuzilane.
Para Igor, poder realizar essa oficina no Dom Malan significa abrir portas. "A gente conseguiu mostrar que esse espaço de saúde da mulher também é delas, e acredito que esse tenha sido um dos maiores ganhos", reflete.
Angélica assina em baixo. "É muito gratificante quando os nossos estudantes conseguem desenvolver essa visão macro e ir além do foco acadêmico. Sem dúvida, o CIM deu um grade presente ao Dom Malan e às mulheres surdas", finaliza a diretora.
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