Eleitos pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CPPC), no mês passado, no dia 10 de julho, os seis novos Patrimônios Vivos de Pernambuco foram enfim diplomados nesta sexta-feira (16). Entre estes o mestre da cultura Aprijio. Título mais que merecido.
No dia 13 de dezembro de 2012, me dirigia a Exú-PE para assistir as festividades comemorativas ao centenário do “Rei” Luiz Gonzaga. Para tornar a viagem mais prazerosa, resolvi dar uma passada pelo Ateliê do Mestre Aprijio (Ouricuri-PE), famoso por ter confeccionado alguns dos gibões e chapéus utilizados pelo Luiz Gonzaga durante a sua carreira, e depois, para uma infinidade de outros forrozeiros que seguiram os passos do mestre sanfoneiro.
Nesse dia, fotografei Seu Aprijio e um de seus filhos, o Wilas, ultimando a confecção de indumentárias para o artista Dominguinhos, que se apresentaria à noite em Exú, homenageando à Gonzaga de quem se fez discípulo na arte e na vida.
O Romildo Aprijo Aprijo Lopes narra que para esse projeto de chapéu e gibão, que foi desenhado e executado por ele juntamente com o seu irmão Wilas, teve características solicitadas pelo Dominguinhos, onde constasse os ícones recorrentes em peças usadas pelo Gonzaga, como o lírio, o sol e o girassol, numa mescla de simbologias e memórias.
Curiosamente, esse foi o último chapéu usado pelo Dominguinhos, logo após o show foi internado, há sete anos ele lutava contra um câncer e não resistiu. Decorrido certo tempo, o Wilas Aprijio também faleceu, completando no próximo dia 13, três anos de sua passagem para um outro plano.
Como promessa feita ao Romildo, que herdou do pai Mestre Aprijio o dom da arte de produzir peças em couro, posto o registro desse momento.
*Texto: Higino Canuto Neto
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