Será nesta terça-feira (13), às 9h, a primeira reunião da Sala de Situação do Sarampo. O encontro, que acontece no auditório Marlene Carvalho, na Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), vai discutir as ações de atenção à saúde, prevenção e controle da doença no estado. Participam desta primeira reunião, os diretores e técnicos da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), envolvidos nesse trabalho.
De acordo com a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Jeane Magnavita, a Sala de Situação do Sarampo foi criada tendo em vista o atual cenário epidemiológico do sarampo no Brasil. Além disso, a confirmação de três casos importados da doença este ano na Bahia, gerando, com isso, um aumento do risco de transmissão autóctone no estado. "Estamos alerta para o risco de ocorrência de novos casos associados à importação do sarampo, o que torna essencial a manutenção de uma vigilância ativa para detecção oportuna de casos suspeitos e adoção de respostas rápidas para prevenção de surtos", esclarece Jeane Magnavita.
Na Bahia, este ano, foram confirmados três casos importados de sarampo. O primeiro caso, paciente residente em São Paulo, que chegou a Porto Seguro em 29/06/2019, quando apresentou febre e tosse, evoluindo com exantema. A suspeita de sarampo foi notificada pelo município de Porto Seguro. Trata-se de jovem do sexo masculino, 19 anos, não vacinado, que atuava como monitor numa excursão de estudantes ao município de Porto Seguro.
O segundo caso, jovem de 28 anos, vacinada, é natural de Salvador, porém reside em São Paulo. Apresentou febre acompanhada de dor de garganta, tosse, coriza, conjuntivite, dor retro-ocular e presença de gânglios retroauriculares. Chegou a Salvador em 06/07/2019, proveniente de São Paulo, iniciando o exantema três dias depois, sendo notificado pelo município de Salvador no mesmo dia.
O terceiro caso foi de uma menor de 12 anos de idade, residente em Salvador, vacinada, que viajou com a família para Espanha no dia 21/06/2019, iniciando os sintomas no dia 01/07/2019, apresentando febre alta, acompanhada de dor de garganta, conjuntivite, retornando a Salvador no dia 04/07/2019, quando iniciou o exantema.
Os resultados de sorologia emitidos pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado da Bahia (Lacen) foram confirmatórios, e o resultado do RT-PCR, emitido pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo, do Instituto Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, foi detectável para o vírus do sarampo.
A coordenadora do Programa de Imunizações da Sesab, Akemi Erdens explica que o sarampo é uma doença viral aguda, considerada uma das mais contagiosas, com potencial para ser extremamente grave, afetando principalmente crianças menores de 5 anos, especialmente as mal nutridas e bebês não vacinados, mas que pode acometer também pessoas em qualquer idade não vacinadas. "Temos que deixar claro que a vacinação não é indiscriminada, ela é seletiva e leva em conta o histórico vacinal de cada pessoa", afirma.
Os principais sintomas do sarampo são tosse, em geral seca e irritativa; febre alta; coriza, sensibilidade à luz; manchas vermelhas na pele e dores no corpo. Entre as complicações que podem advir da doença estão: infecções respiratórias, inflamação nos ouvidos, encefalite com dano cerebral, surdez e lesões severas de pele. Em gestantes, o sarampo pode provocar aborto ou parto prematuro.
Para os profissionais de saúde, a recomendação é que seja feita a imediata notificação de todo caso suspeito de sarampo, independente da idade e da situação vacinal anterior; o bloqueio imediato após exposição, contemplando os contatos diretos e indiretos suscetíveis na faixa etária de 6 a 49 anos. "Contatos acima de 50 anos que não comprovarem nenhuma dose da vacina com o componente do sarampo devem receber uma dose da vacina tríplice viral", completa Akemi Erdens.
Outra recomendação que está sendo feita para os profissionais de saúde é a intensificação vacinal com tríplice viral visando a melhoria da cobertura, de forma seletiva, conforme o calendário de vacinação, além da notificação imediata dos casos suspeitos, da busca ativa de casos suspeitos, e a capacitação das equipes municipais.
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