Júri Popular: Filha se forma em Direito para fazer justiça ao pai em Curaçá/ BA

03 de Aug / 2019 às 09h35 | Variadas

O mês não poderia ser o mais adequado, agosto mês que se comemora o dia dos pais, foi o escolhido para realização do Júri Popular de Adão Gonçalves da Silva que assassinou friamente Jaime Barbosa Soares, no ano de 1996 em Curaçá/BA, com um tiro abaixo do olho direito e fugiu do local por 22 anos. 

Se não fosse à luta incessante de Janicleia de Souza Soares, hoje advogada, essa história teria um rumo bem diferente e quem sabe, caído no esquecimento. Ela que aos 14 anos, vendo o pai morto de maneira estúpida, decidiu que esse crime não ficaria impune e que a memória de seu Pai Jaime seria respeitada, e que o criminoso que lhe privou do amor paterno teria que pagar pelo crime na justiça. 

Janicleia conta que ao se formar em Direito voltou para a cidade e se habilitou como assistente de acusação junto ao Ministério Público, dessa forma trazendo mais informações ao processo, e foi assim que descobriu que ainda podia ver o assassino de seu pai preso, pois, a lei estava a seu favor, visto que o crime mesmo após 22 anos não havia prescrito, pois, o acusado não teria sido ouvido na justiça, à época. 

Rosalva Antônia Soares e Jaime Soares, pais de Jairo, Jadson e Janicleia de Souza Soares.

Com essa informação Janicleia foi a luta e com muita perseverança descobriu que Adão vivia em uma cidade pequena no interior de Goiás, onde foi preso em outubro de 2017 e trazido para Juazeiro em setembro de 2018, onde encontra se custodiado no presídio à disposição da justiça. 

Adão Gonçalves da Silva confessou o crime ao ser ouvido em 2017 e será levado a Júri Popular no próximo dia 27 de agosto, na cidade de Curaçá/BA. Janicleia poderá retomar sua vida, que segundo a mesma ficou suspensa por um longo período quando dedicou seus dias a recolher dados e informações necessárias para que a justiça fosse feita. “Foram longos anos, muito trabalho, ligações, viagens até a prisão do assassino. Agora é aguardar a decisão do Júri, que conhece bem a nossa luta e o sofrimento causado com a morte de meu pai. Sinto que agora vou poder levar minha vida normalmente, pois, cumpri minha promessa. Fazer justiça a memória de meu pai”, desabafou.

Texto Jornalista Lidiane Souza Fotos arquivo da família

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