A Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES) realizou nsta terça-feira (30), na Comunidade de Barrinha da Conceição, mais uma atividade do ‘Julho das Pretas’. Com o tema ‘Ser mulher quilombola na resistência para combater a invisibilidade’, uma roda de conversas reuniu mulheres da comunidade relatando suas histórias de vida.
A professora Márcia Guena iniciou o evento apresentando dados sobre as condições de vida das mulheres negras no Brasil. “Apesar dos índices, as jovens têm mostrado resistência e estão conseguindo ocupar lugares em diversas áreas como cinema, música, literatura e produção científica”, informou.
Na oportunidade foram ouvidas histórias como a de Dona Benedita dos Santos e a sua luta para levantar a igreja da comunidade, a vida de devoção de Dona Ovídia Izabel e a trajetória de dona Rita dos Santos moradora da comunidade de Lagoinha que se orgulha de ter incentivado os dois filhos na formação profissional. “Formei meus dois filhos vendendo beiju e hoje um deles será o primeiro da família a fazer um mestrado”, disse.
A presidente da União das Associações do Salitre, Minéia Clara, também relatou suas experiências e o preconceito que muitos ainda vivenciam. “Sou mulher, mãe, solteira e descendente de Quilombolas. O racismo, infelizmente, ainda existe, mas não pode limitar a vida das mulheres. Devemos ocupar os espaços de poder, inclusive na política e mostrar nossa força e resistência”, destacou
Para a diretora de Diversidade, Luana Rodrigues, é essencial que essas informações cheguem a todos os espaços. “A vida dessas guerreiras negras quilombolas, a partir da intersecção entre raça, gênero e a geografia, evidencia o foco das desigualdades presentes em nosso país, mas é importante continuarmos nessa luta, indo às comunidades. Já tivemos muitas conquistas como a certificação de algumas comunidades quilombolas que, consequentemente, trouxeram outros benefícios, como o programa Universidade Para Todos, por exemplo, que já contribuiu para que cerca de 40 jovens chegassem à Universidade. Então, precisamos continuar nesse processo”, afirmou.
A comunidade de Barrinha foi parceira na realização da ação que contou ainda com as presenças de representantes da Escola da Extensão do Rotary de Campo dos Cavalos, do Projeto Sertão Produtivo, do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da Univasf, de comunitários do Bairro dos Palmares, da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes, além de representantes do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR). A roda de conversas foi encerrada com a apresentação do Samba de Veio da Ilha do Rodeadouro.
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