Para facilitar o dia a dia das famílias das comunidades Brejo Dois Irmãos, Brejo da Capoeira, Brejo do Urubu e Brejo do Carrasco/Piqui, no município de Pilão Arcado, que trabalham com a extração da polpa do buriti, e contribuir para a melhoria da qualidade de vida e geração de renda, o Governo do Estado está investindo R$220 mil para a implantação de uma unidade de beneficiamento do buriti no município.
Os recursos são provenientes do Pró-Semiárido, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR, por meio de empréstimo entre o Governo do Estado e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
As obras já iniciadas devem terminar até meados do final do ano e, os agricultores beneficiários, em sua maioria mulheres, devem passar por capacitações para manuseio das máquinas, beneficiamento do buriti, embalagem e gestão do negócio. Hoje, as famílias extraem a polpa do buriti manualmente e vendem em forma de bolo (como chamam a polpa), lapa (raspas da polpa) ou doce. Sem valor agregado, as famílias repassam, muitas vezes, o produto por um baixo custo a atravessadores.
A agricultora Enilda Prospera de Souza é uma das mulheres que irão trabalhar na unidade de beneficiamento do buriti e para ela, o empreendimento é muito esperado: "Quando eu nasci, já fui vendo este procedimento com buriti, aí fui aprendendo...nunca pensamos que podia melhorar. Eu penso que a unidade vai trazer melhoria pra gente que faz parte do projeto. Eu estou animada e só quero ver o resultado pois estamos de pronto a lutar. O que precisa é só de informações e mais conhecimento do que vamos receber porque força de vontade a gente tem muita".
A unidade vai contribuir para reduzir o esforço manual no manuseio do buriti e também vai incentivar a juventude a se engajar e não deixar morrer a cultura, como afirma a jovem Eliane das Virgens Sousa. "A gente acredita que com a chegada da unidade, além de fortalecer o que as mulheres já fazem, a questão do trabalho em mutirão, por exemplo, a gente crê que as condições de trabalho vão melhorar porque hoje a gente faz [o manuseio do buriti] sentada no chão. Eu vejo um futuro bem brilhante, é uma possibilidade muito boa para a juventude, porque tem aquelas meninas que não gostam de trabalhar diretamente com o buriti, mas elas podem, na unidade, fazer tarefas que elas gostem, como ajudar na questão da embalagem", explica Eliane.
Para além do incentivo à produção, o Pró-Semiárido, em parceria com o Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), está trabalhando a preservação ambiental com as comunidades, pois uma das dificuldades apontadas pelas famílias está na redução dos pés de buriti por conta das secas e do desmatamento. A ideia é reflorestar e preservar as palmeiras para garantir a biodiversidade, produção e renda.
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