Uma roda de conversa realizada na última terça-feira (23), no CRAS do bairro Tabuleiro, localizado na Praça CEU, abriu a programação do ‘Julho das Pretas’ realizada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES). O evento reuniu crianças e adolescentes no anfiteatro do local onde foram discutidos temas como racismo, machismo e bullying.
Durante a conversa, foi exibido o curta ‘Cores e botas’ da diretora Juliana Vicente que fala sobre o desejo de uma menina negra nos anos 1980 de ser paquita e o preconceito vivenciado por ela. A professora da UNEB Dalila Santos abordou o tema do racismo de forma descontraída e com uma linguagem próxima dos adolescentes. Para ela, é nessa fase de criança e adolescente que o preconceito precisa ser combatido.
“É um tema sério e muitos ficam tristes e até adoecem por terem que passar por cima do que são para serem aceitos. Felizmente, as coisas estão mudando, mas ainda precisamos aprofundar essa discussão nesses ambientes e deixar claro que todos têm sua beleza e é isso que deve ser valorizado”, afirmou.
O estudante Carlos André, 18 anos, ouviu atentamente sobre todos os assuntos abordados e aprovou a iniciativa de levar essas discussões para dentro da comunidade. “Nunca tinha ouvido sobre esses temas de forma tão clara. Para mim foi enriquecedor e espero poder participar de outros momentos como este”, comentou. Paulo de Tarso, estudante de apenas 9 anos, também gostou da oportunidade de aprender mais sobre bullying. “Eu adorei estar aqui e aprender mais sobre esses assuntos. Nós vemos muitas dessas coisas que foram ditas aqui no nosso dia a dia e agora eu vou saber como me comportar quando vivenciar e saber combater e evitar o bullying”, disse.
Os participantes puderam conhecer mais sobre o ‘Julho das Pretas’, que busca fortalecer o movimento de mulheres negras no município e sobre o Dia Internacional da Mulher Afro-Latino Americana e Afro-Caribenha, comemorado dia 25 de julho. A diretora de Mulheres, Quitéria Lima, destacou a importância de desenvolver essa programação que já acontece no município pelo 3 ano consecutivo.
“É essencial despertar a autoestima na criança e no adolescente negro, que muitas vezes não se reconhecem como negros pelo que vivenciam em sociedade. Infelizmente, a imagem passada, muitas vezes, é de que ser negro é sinônimo de ser feio, e é isso que queremos quebrar. A ideia é mostrar para esse público a diversidade e o respeito que precisa existir a partir do diálogo”, ressaltou. A atividade teve ainda a participação da psicóloga Lidiara Almeida e da coordenadora do CRAS Margareth Gama.
A programação segue até o final do mês, percorrendo escolas e equipamentos da assistência social.
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